Os portos brasileiros devem receber investimentos de R$ 17,8 bilhões de 2011 a 2014, de acordo com levantamento feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Necessidade do aumento de terminais de contêineres, obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), principalmente em dragagem dos canais de acesso aos portos, e aplicações de capital privado em terminais portuários estão entre os principais motivadores dos investimentos, explica o gerente de logística do Departamento de Logística da Área de Infraestrutura do BNDES, Dalmo Marchetti.
O crescimento dos terminais de contêineres, por exemplo, é maior do que o avanço da economia brasileira, explica Marchetti. "Dez por cento ano nos últimos dez anos". Devem ganhar investimentos nesta área os portos de Paranaguá (Paraná), Santos (São Paulo), Rio Grande (Rio Grande do Sul), Suape (Pernambuco). "O comércio internacional brasileiro está aumentando e também cargas que antes não eram conteinerizadas passaram a ser", diz Marchetti, lembrando de produtos com plásticos granulados e café.
Os terminais de contêineres, devem ser, inclusive, uma das áreas, no setor de portos, atrativas para estrangeiros. Atualmente, afirma Marchetti, o Brasil tem uma taxa de participação de estrangeiros, no setor, bem menor do que a mundial. Um das explicações, acredita o executivo, é o fato de que o maior movimento portuário não está na América do Sul e sim na rota Estados Unidos, Europa e Oriente Médio. Por essa participação ainda ser um tanto baixa, porém, é que Marchetti crê que há oportunidade para crescer.
Já existem, no entanto, várias operadoras internacionais atuando no Brasil. Uma delas é a DPWorld, de Dubai, dona majoritária, junto com a Odebrecht, do terminal Embraport, em Santos. O empreendimento está em obras e deve entrar em operação em 2013 com investimentos de R$ 2,3 bilhões. Foi projetado para ser o maior da América Latina e será operado pela DPWorld. Também lideranças de outros estados brasileiros tiveram conversas com empresários árabes do setor, na intenção de atrair investimentos da região.
Do total que deve ser aplicado na área, metade deverá vir de linhas de financiamento do BNDES, segundo Marchetti. As linhas, segundo ele, estão disponíveis tanto para empresas brasileiras quanto para estrangeiras, desde que tenham uma base no Brasil. Há, inclusive, possibilidade de participação externa no desenvolvimento de portos. O decreto 6620, de 2008, autorizou a iniciativa privada a ingressar nesta área. Isso será feito, porém, por meio de licitação. O gerente do BNDES acredita que deve ocorrer até 2014.
O mapeamento feito pelo BNDES indica que dos investimentos previstos de R$ 17,8 bilhões, 28% irá para construção de portos públicos, outros 26% para investimentos públicos diretos gerais por meio do PAC, 25% em aumento da oferta de movimentação de contêineres e 21% na modernização e aumento de capacidade dos terminais já existentes. A instituição financeira destaca, em seu estudo, o forte crescimento nas projeções para inversões entre 2011 e 2014, de 27% ao ano.
Fonte: Agência Anba
09/03/2011
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