SÃO PAULO – A procura pelas chamadas “pechinchas”, desencadeada pela forte queda das bolsas na semana passada, deu o tom para o fechamento dos mercados, nesta segunda-feira.
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve um pregão instável, mas a melhora acentuada de Wall Street ao fim do dia levou o Ibovespa a conseguir subir após uma sequência de cinco quedas consecutivas. De toda forma, a exemplo dos mercados de juros e câmbio, a bolsa brasileira fechou com um volume financeiro mais fraco que o habitual.
Após recuar 1,6% na mínima do dia, para 52.398 pontos, o índice fechou com alta de 0,97%, aos 53.747 pontos. O giro financeiro, contudo, deixou a desejar, ao somar apenas R$ 5,008 bilhões.
No mercado americano, o índice Dow Jones subiu 2,53%, aos 11.043,86 pontos, enquanto o Nasdaq avançou 1,35%, aos 2.516,69 pontos, e o S&P 500 ganhou 2,33%, aos 1.162,95 pontos.
A julgar pelos indicadores vindos dos Estados Unidos, os investidores seguem sem motivo para sorrir. Nesta jornada, a divulgação de dados de atividade de Dallas e Chicago mostrou que a economia americana continua enfraquecida, assim como a queda das vendas de imóveis novos no país em agosto ficou acima do esperado.
De toda forma, a especulação de novas medidas a serem adotadas pelo Banco Central Europeu (BCE) para enfrentar a crise que assola a região deu fôlego às bolsas, assinala Luiz Gustavo Pereira, da equipe de análise da Um Investimentos.
O comissário europeu de Assuntos Monetários, Olli Rehn, afirmou hoje que os países da zona do euro estudam a possibilidade de fortalecer o fundo europeu de resgate. Sem dar mais detalhes sobre o que poderia ser feito, Rehn comentou apenas que está em análise a chance de uma "alavancagem adicional" no Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF, na sigla em inglês).
“O mercado ainda está bem indefinido e os receios em relação à Europa persistem. A recuperação desta jornada é totalmente técnica e amanhã já poderemos inclusive devolver os ganhos. O volume bem fraco mostra que esse movimento pode não ser consistente”, comenta Pereira.
No Brasil, ainda aumentaram as apostas de corte mais agressivo que o esperado da taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o que pode ter estimulado a alta de ações de varejistas como Hering ON (4,78%, a R$ 32). De toda forma, as construtoras, que também se beneficiam de juros mais baixos, tiveram um desempenho negativo nesta sessão.
A alta das commodities ainda estimulou papéis como Gerdau PN (3,68%, a R$ 14,35), Gerdau Metalúrgica PN (3,47%, a R$ 17,88) e Petrobras ON (3,42%, a R$ 21,72) a lideraram os ganhos do Ibovespa.
Dentre as chamadas “blue chips”, Petrobras PN avançou 3,23%, a R$ 19,78, com giro de R$ 340 milhões, e OGX Petróleo ON ganhou 2,81%, a R$ 12,04, com volume de R$ 241 milhões.
Ações de bancos também contribuíram para a retomada da Bovespa.
Na direção oposta, Vale PNA teve o maior giro do dia, de R$ 636 milhões, e caiu 1,21%, a R$ 40,50. Gestoras podem ter aproveitado para fazer caixa com os papéis da mineradora, que têm liquidez, diante da queda de 7% do Ibovespa na semana passada.
As principais perdas do Ibovespa ainda pertenceram aos papéis Light ON (-1,93%, a R$ 25,89), PDG Realty ON (-2,06%, a R$ 6,18) e Marfrig ON (-3,37%, a R$ 6,29).
Fonte: Beatriz Cutait | Valor
27/09/2011
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