quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

ECONOMIA AVANÇOU PERTO DE 1% EM 2012, DIZ BANCO CENTRAL

O indicador de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br), cujo resultado é considerado como uma prévia da divulgação oficial pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sinalizou que as expectativas de que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 será próximo a 1% serão confirmadas. É que avaliam especialistas. De acordo com o divulgado ontem pelo BC, o indicador de atividade cresceu 1,64% no ano passado em comparação com 2011. Este percentual revela uma desaceleração da economia, já que o IBC-Br daquele ano em relação a 2010 aumentou 2,72%. Na série com ajustes sazonais (ou dessazonalizada), a alta do PIB foi de 1,35%. "Diante deste resultado, o PIB para o ano fechado de 2012 deve ter encerrado ao redor de 1,1%", afirmou o economista da Austin Rating, Felipe Queiroz. "Apesar da recente desaceleração observada na leitura do indicador do BC, o avanço de 1% no último trimestre de 2012 mostra um crescimento anualizado de 4%, portanto, aparentemente a economia brasileira voltou a crescer num ritmo próximo do seu potencial depois de permanecer seis trimestres de crescimento médio de cerca de 1% ao ano", acredita Queiroz. A Austin Rating estima ainda que esta retomada de ritmo da atividade econômica aliada a um setor externo "menos volátil", o PIB de 2013 deverá expandir-se por volta de 3,7%. "No entanto, ainda há necessidade da consolidação deste crescimento nos primeiros meses de 2013, além de superar os desafios do provável ciclo de alta da Selic no segundo semestre e que contém a expansão da oferta e da demanda", acrescenta o especialista. Com relação ao último mês do ano passado, a pesquisa do BC indica que a economia segue em processo de desaceleração. Enquanto em novembro ante outubro, o IBC-Br tinha avançado 0,57%, em dezembro na comparação com o mês anterior essa alta foi de 0,26%, em termos dessazonalizados. Contudo, na comparação de dezembro de 2012 com o mesmo mês do ano anterior, a expansão foi de 2,12%, com ajustes sazonais e de 1,19%, sem ajustes. Desta forma, a Austin projeta que, em janeiro, o IBC-Br tenha registrado acréscimo interanual de 4,1%, "o que corresponderia a um avanço de 0,4% sobre dezembro, em termos dessazonalizados", disse Queiroz. Para o ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, o economista e professor do Insper Alexandre Schwartsman, a alta no quarto trimestre de 2012 deve ser de 0,6%, na margem, de modo que o resultado do PIB no acumulado do ano passado tenha atingido 0,9%, cujo dado oficial deve ser divulgado pelo IBGE em meados de março. Para este ano, ele espera uma expansão entre 2,5% e 3%. Após palestra para alunos do Insper, o economista afirmou que sua previsão para o PIB neste ano é "melhor", por volta de 2,5% a 3%, o que segundo ele seria próximo ao potencial brasileiro. "O ritmo de crescimento do Brasil é mais determinado pelas limitações da oferta do que pela demanda. Não é por caso que o emprego cresce 2% e o PIB menos de 1%. O crescimento do ritmo de emprego é superior ao ritmo de alta da população de idade ativa, que já incorpora o bônus demográfico. Com uma crescimento da produtividade entre 1% e 1,5%, escassez de mão de obra, não temos [Brasil] como avançar conforme o potencial anterior, entre 4% e 4,5%", afirma. Inflação Alexandre Schwartsman criticou ainda a atuação da política monetária do BC. Para ele, a condução atual não é autônoma. "Se a preocupação fosse a inflação [buscar atingir a meta de 4,5%] seria uma postura autônoma. Mas, hoje, as prioridades são as do governo, com câmbio a R$ 2 por dólar, crescimento do PIB a 4%, taxa de juros [Selic] a 7% ao ano e inflação, seja o que Deus quiser", entende o especialista. Na opinião dele, o BC poderá elevar a taxa básica de juros até o final do ano em 150 pontos, o que levaria dos atuais 7,25% para 8,75% ao ano. "Apesar de dúvidas, eu prefiro, porém, manter minha previsão de que a Selic deve ficar em 7,25% neste ano", completou o economista, após a palestra feita ontem. Fonte: Diário do Comércio e Indústria

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