quinta-feira, 14 de março de 2013

CUSTO DA INDÚSTRIA SOBE 6,3% EM 2012

No ano passado, a indústria arcou com um custo 6,3% superior ao registrado em 2011. Os preços dos produtos manufaturados subiram 4,9% de um ano para o outro, ou seja, a margem de lucro das indústrias brasileiras ficou mais enxuta. O custo com produtos intermediários importados e com pessoal foram os principais vilões do período. O custo com insumos e matérias-primas importados aumentou 15,3% no ano e o com pessoal subiu 10,8%. Apenas o custo de capital de giro ficou menor e teve queda de 24,8%. As informações são do Indicador de Custos Industriais do quarto trimestre de 2012. O estudo, divulgado nesta quinta-feira (14) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), considera o custo de produção (composto por custos com pessoal, bens intermediários e energia), o custo de capital de giro e o custo tributário. O aumento de 8,3% no custo de produção é o maior desde 2008, quando o índice subiu 8,6%. O crescimento foi puxado, principalmente, por elevações nos custos com pessoal (10,8%) e com produtos intermediários (7,8%), liderado pelos preços dos importados (15,3%). O custo de energia subiu 4,3%. Apesar da alta de 5,6% no custo tributário observada na comparação entre 2011 e 2012, o quatro trimestre do ano passado registrou queda de 0,8% na comparação com o mesmo período de 2011. A análise da CNI é que esse movimento de baixa reflete os impactos das medidas tomadas pelo governo em 2012 para reduzir a carga tributária da indústria, como a desoneração da folha de pagamentos e a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Um fator positivo foi a queda de 24,8% do custo de capital de giro, patrocinada pela política de redução dos juros do Banco Central e dos bancos públicos. Mesmo com o aumento em relação a 2011, o crescimento dos custos industriais está perdendo força. A alta no quarto trimestre sobre o mesmo período de 2011 foi de 6,1%, enquanto no terceiro havia sido de 8%. Tal movimento está atrelado à perda de ritmo do crescimento do custo com pessoal e com insumos importados, bem como à queda nos custos tributários e de capital de giro. VANTAGEM COMPETITIVA - A desvalorização do real nos últimos meses afetou positivamente a competitividade da indústria. Em 2012, os preços dos manufaturados importados no mercado doméstico subiram 16,9%, enquanto os valores dos manufaturados comercializados nos Estados Unidos aumentaram 19,2%. Embora a média do ano traga esse resultado positivo, os números do quarto trimestre já dão sinais de desaquecimento do processo de ganho de competitividade. Isso se deve, em boa parte, à interrupção do processo de desvalorização do real ocorrida no fim de 2012. Na comparação com igual período do ano anterior, os preços dos produtos manufaturados importados aumentaram 23,7% no segundo trimestre de 2012, 18,9% no terceiro e 12,5% no quarto. Movimento similar ocorre com respeito aos preços em reais dos produtos manufaturados nos Estados Unidos. Na avaliação da CNI, o comportamento recente da taxa de câmbio sugere perda de importância no processo de recuperação da competitividade da indústria. A manutenção desse processo em 2013 demanda a intensificação de ações que promovam a redução do Custo Brasil: tanto os custos de produção da indústria, como os custos sistêmicos da economia brasileira. "A desvalorização gera um efeito positivo no primeiro momento, mas não corrige as deficiências do ambiente de negócios no Brasil. Com isso, seu efeito é passageiro e acaba pressionando os custos via insumos importados. Para uma melhora contínua e duradoura da competitividade da indústria é preciso atacar o Custo Brasil", afirma o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca". Fonte: Confederação Nacional da Indústria

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