segunda-feira, 4 de março de 2013

No Porto de Santos, estudo, esforço e o sonhado emprego

Rafaela Ferreira e Fábio de Oliveira Brito têm 18 anos e já possuem a carteira de trabalho assinada. Entusiastas e sonhadores, ambos se dedicaram durante três meses no então inédito curso de extensão Logística em Tempos de Sustentabilidade, oferecido, gratuitamente, pela Libra Terminais e a Universidade Católica de Santos (UniSantos). Menos de 30 dias depois de se formarem, foram contratados pela empresa, onde, a partir de agora, buscam a realização profissional. Ele era músico, queria ser médico pediatra, agora trabalha como conferente e almeja se tornar um gestor portuário. Ela, por sua vez, deixou a rotineira vida de trabalho no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) para passar a atuar como auxiliar de operações portuárias e desbravar a Imensidão "apaixonante" - como ela mesmo diz - do Porto de Santos, o mais importante da América do Sul, como especialista em logística no setor. A oportunidade de atuar na área motivou os dois a investirem nos estudos e se prepararem para as mudanças do futuro. "Precisamos de jovens assim, que busquem o conhecimento. São poucos os que se preocupam com sua formação inicial", comenta o professor da UniSantos Norberto Luiz de França Paul. O acadêmico é o coordenador responsável pelo curso de Logística, oferecido desde o ano passado pela instituição a partir de uma parceria com o Grupo Libra, determinais portuários. "Nós entramos com o ensinamento e eles (Libra) oferecem a oportunidade dos alunos se enquadrarem no mercado de trabalho", explica. São três meses de aulas diárias e gratuitas, oferecidas a pelo menos 50 alunos. No ano passado, segundo estimativas da UniSantos, pelo menos 150 jovens entre 17 e 21 anos se inscreveram para participarem da primeira turma do programa de qualificação. O curso ocorreu entre outubro e dezembro. "Este ano, vamos iniciar as aulas em 1º de abril", adianta Norberto. As inscrições foram encerradas na última sexta-feira e a seleção ocorre na próxima terça-feira, com um teste de múltipla escolha que explora conhecimentos gerais dos candidatos. FUTURO "De muito sucesso, eu espero", diz Fábio de Oliveira Brito sobre seus planos para o futuro. Em uma conversa rápida em seu local de trabalho, o pátio de armazenagem de cargas e contêineres do Terminal do Valongo (Teval), da Libra Terminais, no Porto de Santos, o jovem, muito entusiasmado com o emprego novo, contou que o objetivo atual é aprofundar conhecimentos para deslanchar na carreira. "Eu era músico e sonhava ser médico pediatra, pois adoro crianças. Mas depois que conheci de perto esse mundo (portuário), acho que não consigo largar mais", disse. Sem titubear, interrompeu pelo menos quatro vezes a entrevista para liberar os caminhões que saíam do terminal. "Esse é meu trabalho. Tenho a responsabilidade de zelar pela ordem aqui. De baixo de chuva ou sol, não importa. Amo o que faço", completou. Fábio pretende, agora, cursar graduação em Gestão Portuária. "Quero crescer aos poucos e conquistar meu espaço aqui dentro. Cada vez que entro aqui não quero mais sair", conta. Com a auxiliar de operações portuárias Rafaela Ferreira, não é diferente: os olhos brilham quando fala do Porto de Santos. "Sou apaixonada por esse lugar. Essa agitação, uma novidade a cada dia que não me faz desgrudar daqui", diz. Ela, diferentemente do colega Rodrigo, trabalha no setor administrativo da Libra Terminais. É uma das três mulheres que dividem a rotina diária com os 40 homens do escritório. "Faço trabalho administrativo. Mas também adoro quando tenho que ir a outras partes do complexo". A família de Rafaela a incentivou a fazer o curso Logística em Tempos de Sustentabilidade. "Lá eu me dediquei e consegui me destacar. Assim que terminei, fui chamada para uma entrevista e, logo depois, contratada", explica, garantindo que é tudo o que um jovem gostaria de ter nessa fase da vida. Em média, os dois ganham dois salários mínimos e meio (cerca de R$ 1.700,00), ao cumprir oito horas diárias de trabalho. "Agora vou me graduarem Logística e conquistar novas oportunidades". Fonte: A Tribuna

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