quarta-feira, 24 de abril de 2013

DIFICULDADE PARA EXPORTAR REDUZ EM MIL AS EMPRESAS EXPORTADORAS, INFORMA CNI


As dificuldades para exportar, aliadas a um mercado interno ainda exuberante, que mantém a demanda, têm reduzido o número das empresas exportadoras brasileiras. Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), feito com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, revela que mil empresas deixaram de exportar entre 2011 e o ano passado. As empresas exportadoras, que somavam 19,2 mil em 2011, caíram para 18,2 mil em 2012, um recuo de 5,6%.

Essa queda explica dado da pesquisa anual da CNI Investimento na Indústria, segundo o qual só 4,7% das empresas pretendem investir para exportar este ano, o menor percentual dos últimos dez anos. Um outro estudo da CNI informa que, entre 2008 e 2011, as exportações brasileiras para a América Latina se reduziram em US$ 5,5 bilhões, dos quais US$ 2,2 bilhões - cerca de 40% do total - no mercado argentino, o terceiro maior importador do Brasil. No polo oposto, a China elevou em 3,2% suas vendas à Argentina entre 2008 e 2011, aumentando de 12,4% para 15,6% sua participação nas importações do parceiro brasileiro no Mercosul.

O diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi, lembra que a redução no número de empresas exportadoras leva à concentração da pauta e dos destinos das exportações. "É preciso ampliar o número de empresas exportadoras, porque só assim vamos diversificar nossa pauta", assinala. O empresário Aguinaldo Diniz Filho, da empresa têxtil e de confecções Cedro Cachoeira, de Minas Gerais, a segunda SA mais antiga do país, informa que de 15%, há sete anos, a participação das exportações na receita da Cedro despencou para 3%, atualmente.

Diniz Filho, que preside a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), alerta que, pior do que a queda nas exportações do setor têxtil, é a concorrência, que classifica como "desleal e predatória", por se valerem de subsídios e câmbio artificialmente baixo, dos têxteis importados, em especial da Ásia. Revela que a concorrência dos importados levou o setor têxtil e de confecções, que emprega diretamente 1,7 milhão de brasileiros, a uma perda de oito mil empregos líquidos (diferença entre contratações e demissões) no ano passado. O levantamento da CNI sobre a redução das empresas exportadoras aponta que, entre 2007 e 2012, em oposição, o número de empresas importadoras subiu 47,8%.



Fonte: Confederação Nacional da Indústria

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