quinta-feira, 9 de maio de 2013
Balança desajustada
Quando se faz política econômica baseada só em indicadores, e não se constrói uma estrutura para um crescimento mais sustentável no longo prazo, os indicadores, mais cedo ou mais tarde, vão ceder.
É o que acontece neste momento com as contas externas brasileiras, especialmente com a balança comercial. Há algum tempo, os exportadores pedem a criação de um ambiente mais amigável para sua atividade, pedido ignorado pelo governo federal. E agora, chegou o preço.
O Brasil importou US$ 6 bilhões a mais do que exportou neste ano, até abril. O número em si não é preocupante, já que em 12 meses o superávit está na casa dos US$ 10 bilhões. O mais importante é o que ele representa.
Somos o único país no mundo a exportar imposto. Nossa carga tributária predatória atinge todos os níveis de atividade, até mesmo aquela que deveria ser estimulada pelo poder público, e não onerada por ele.
Ao mesmo tempo, o governo começa, sem alarde, a incentivar a importação para evitar uma pressão inflacionária ainda maior. Tanto que, em abril, quando se olha os números, o que mais cresceu foi a compra de bens de consumo. Itens prontos para serem consumidos, e que não geram nenhuma riqueza ao Brasil.
Mas esse movimento seria atenuado, ou talvez nem fosse sentido, se o País tivesse uma política sólida de exportação, especialmente com estímulo a itens manufaturados.
Mas mesmo quando se trata de itens básicos, não há uma ação proativa para resolver problemas que parecem localizados, mas que afetam toda a economia. Quando um alimento tem uma superprodução, por exemplo, é necessário haver uma política de estímulo à venda externa.
Para evitar inclusive que este mesmo produto falte no futuro, por falta de interesse dos produtores em cultivá-lo, como aconteceu com o tomate.
DCI - São Paulo/SP
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