segunda-feira, 20 de maio de 2013

Investidor reage bem aos resultados das elétricas



A divulgação dos resultados das elétricas no primeiro trimestre deste ano, quando começou a vigorar a Lei 12. 783, que tratou da renovação das concessões, não provocou nenhum desastre na bolsa. O Índice de Energia Elétrica (IEE), que reúne as principais ações do setor, até mesmo subiu na semana passada, após a entrega das demonstrações financeiras de muitas companhias.

O IEE terminou a semana em alta de 1,53%, acumulando em maio uma valorização de 0,92%. As ações ordinárias da Eletrobras, por exemplo, subiram 4,5% na semana e passaram a ser negociadas neste mês com um ganho 0,8%. Mas a arrancada nos últimos dias não foi suficiente para tirar as ações das elétricas do campo negativo em 2013. O IEE ainda apresenta uma queda de 1% neste ano, depois de recuar 11,7% em 2012.

As estrelas do trimestre foram as geradoras, entre elas Cemig, Cesp e Copel, que não aceitaram os termos propostos para renovar suas concessões. As três estatais estaduais ganharam dinheiro com a venda de grandes volumes de energia no mercado de curto prazo em janeiro, quando o preço disparou com a falta de chuvas. O lucro da Cemig foi de R$ 865 milhões nos três primeiros meses, 37% maior que o obtido em igual período de 2012. O ganho da Copel aumentou 25%, totalizando R$ 399 milhões, enquanto a Cesp lucrou R$ 339 milhões, cifra 58% maior.

Outra empresa que encheu os bolsos com a venda de energia no mercado spot foi a Tractebel. A empresa lucrou R$ 425 milhões, 30% mais que nos três primeiros meses de 2012, e é hoje a elétrica com maior o valor de mercado na Bovespa: R$ 23,7 bilhões.

Já era esperado que as companhias que aderiram à renovação das concessões (MP 579) sofressem um forte impacto em seus resultados, como a Eletrobras e Companhia Paulista de Transmissão (Cteep). O lucro da Cteep caiu 65%, para R$ 71 milhões, enquanto a Eletrobras registrou um prejuízo de R$ 36 milhões.

Mas os números não foram tão ruins. As distribuidoras da Eletrobras apresentaram um desempenho melhor que o previsto. No caso da Cteep, o lucro superou em até 60% a previsão de alguns analistas devido aos bons resultados financeiros.

As distribuidoras são as empresas do setor que estão em uma situação mais complicada. A Eletropaulo, a maior delas, fechou o trimestre com um prejuízo de R$ 800 mil. Os sucessivos cortes nas tarifas obrigam as companhias a apertar o cinto. Para a Eletropaulo, em especial, a terceira rodada de reduções tarifárias teve um forte impacto em seu caixa e assustou os investidores. Neste ano, as ações da distribuidora já caíram 52%. Mas, na última semana, os papéis valorizaram 4,3%.

Mesmo a Cemig e a Copel, que tiveram bons resultados na geração, estão enxugando suas estruturas na aérea de distribuição. Segundo o diretor financeiro da Copel, Luiz Eduardo Sebastiani, a estatal vai contratar uma consultoria para otimizar custos e vai reduzir 700 vagas até 2014.

O diretor financeiro da Cemig, Luiz Fernando Rolla, afirmou na sexta-feira a analistas que a estatal espera uma economia de R$ 140 milhões em 2014 com o corte de funcionários que será feito neste ano, quando cerca de mil empregados serão desligados.


Valor Econômico - SP
Claudia Facchini

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