quinta-feira, 27 de junho de 2013

Custo extra para o setor de entregas

As manifestações que tomaram as vias urbanas nas últimas semanas reduziram em até 30% o tempo disponível para entrega de mercadorias nas maiores cidades do país. Segundo cálculos da Associação Brasileira de Logística (Abralog), 15% do volume transportado diariamente pelas empresas do setor foi afetado -- com atrasos ou reprogramação da entrega -, gerando um custo extra que pode chegar a 5% do PIB setorial, estimado em R$ 24,5 bilhões.

"Em dia de manifestação, nossa janela de entrega, que vai das 8 horas às 18 horas, tinha que ser encerrada às 15 horas, para evitar o risco de bloqueios", afirma o diretor de logística da Fadel Transportes, Ramon Alcaraz, que realiza diariamente mais de 10 mil entregas nos quatro Estados do Sudeste, sendo 2 mil na região metropolitana de São Paulo. "Com três horas a menos por dia para fazer entregas, isso representa custos extras porque tivemos que ampliar a frota de veículos ou adiar processos, acumulando operações", disse.

O executivo conta que os segmentos mais afetados foram os de varejo, especialmente pequenos e médios comerciantes que não dispõem de estoques.

"O setor já trabalha no limite operacional por causa da defasagem de investimentos em infraestrutura", diz o vice-presidente da Abralog, Edson Carillo Jr. "Quando diminuiu a janela, essa carência se tornou mais evidente".

Carillo diz que esses eventos levaram alguns clientes proprietários das cargas a demandar por descontos nos próximos contratos, uma vez que foram onerados em junho pelo tempo extra na entrega. Segundo a Abralog, os serviços de logística nacional movimentam 11% do PIB brasileiro, e as 150 maiores companhias do setor faturam R$ 50 bilhões por ano.

Entre as grandes empresas de entrega, que operam em todo o território nacional, foram registrados problemas pontuais, mas os custos relacionados a esses eventos ainda não foram ainda calculados. A americana Fedex apontou que alguns casos isolados ocorreram em poucas cidades e foram tratados diretamente com clientes.


Fonte: Valor Econômico - SP
Por: João José Oliveira





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