O Brasil promete para breve a abertura dos portos a investidores estrangeiros. A promessa deve ser feita durante a visita que o vice-presidente Michel Temer inicia hoje a Portugal e Espanha e que inclui encontros de negócios e fóruns empresariais. Edinho Araújo, ministro da Secretaria Nacional de Portos e um dos integrantes da delegação, diz que o mais relevante agora é o plano de fazer concessões para dragagem dos portos, abrindo o segmento para empresas estrangeiras também. "Isso envolverá bilhões de dólares, porque é algo recorrente", disse o ministro. "A profundidade natural do porto de Santos é de 8 metros, mas precisa estar no mínimo em 15 metros." Atualmente, disse Araújo, a dragagem é feita pela Companhia Docas ou pela Secretaria de Portos. Com a licitação, serão empresas privadas, inclusive estrangeiras. Segundo o ministro, a demonstração do interesse dos investidores na licitação foi a participação, na consulta pública, de 158 empresários do Brasil e do exterior, no começo do mês em São Paulo. Araújo espera que em 15 dias saia o resultado da consulta junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), o que permitirá deflagrar também a licitação para arrendamentos de áreas portuárias. Atualmente, há mais de 34 portos públicos e mais de 100 portos privados, e serão cobertos pelas licitações para os arrendamentos. No caso de terminais privados, deverá ser autorizada a recepção de cargas de terceiros. Em Lisboa, o vice-presidente Temer se reunirá com o presidente Aníbal Cavaco Silva, com o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, e com o vice-primeiro-ministro português, Paulo Portas. Segundo a assessoria de Temer, o governo português demonstra interesse na aquisição do KC-390, o novo modelo de avião cargueiro da Embraer. Também continua na pauta a possível participação de empresas brasileiras na privatização da TAP, companhia aérea portuguesa. Na Espanha, Temer terá audiências com o rei Felipe, com o presidente do governo espanhol Mariano Rajoy, e com outros membros do governo. Empresas espanholas sinalizam interesse em investir nas áreas de transporte marítimo, aviação civil, exploração do pré-sal, projetos relativos à Olimpíada do Rio e ao Programa de Investimentos em Logística. Enquanto o Brasil aperta os cintos, Portugal e Espanha estão saindo gradualmente de uma das piores crises econômicas dos últimos tempos.
Valor Econômico
24/04/2015
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