terça-feira, 2 de junho de 2015

15% DAS MPES DEVEM DEMITIR NOS PRÓXIMOS MESES

Contratação de pessoas faz parte dos planos de apenas 9% das micro e pequenas empresas, diz SPC
Apenas 9% das micro e pequenas empresas pretendem realizar contratações de mão de obra nos próximos três meses. A principal dificuldade para a manutenção e crescimento dos negócios para 32% dos empresários é o cenário político-econômico.
Os dados são da pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), que traçou um perfil dos micro e pequenos empresários varejistas e prestadores de serviço (MPE), diante do cenário econômico atual.
O levantamento considerou apenas empresas com mais de um funcionário e com faturamento médio anual de R$ 439 mil e mensal de R$ 36.500 mil. Os empresários entrevistados são: 52,5% do segmento de varejo (dos setores alimentícios, vestuário, materiais de construção e móveis e decoração) e 47,5% de Serviços (do setor alimentício, serviços financeiros, tecnologia e informática, transportes, e da área da saúde).
O perfil predominante do gestor de micro e pequenas empresas é do sexo masculino, com idade entre 35 e 54 anos. 36,4% deles possuem ensino médio e 31,1% superior completo. A renda familiar é de 5 a 10 salários mínimos (R$ 3.940 a 7.888 mil).
A pesquisa identificou também que 15% das MPEs pretendem demitir nos próximos três meses, em média 2 colaboradores por empresa. “Para os micro e pequenos empresários, além do cenário político-econômico (32%), as principais dificuldades para conduzir a empresa são a prática de conquistar e manter clientes (15,4%) e a carga tributária elevada (13,6%)”, explica o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
O percentual de empresários que utilizam recursos pessoais é de 63% e 68% também utilizam seus recursos como capital de giro. De acordo com a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, é preocupante o número de pessoas que afirmaram fazer uso do cartão de crédito para este fim: praticamente dois em cada dez gestores ouvidos (17%) utilizam a modalidade como fonte de capital de giro. O cheque especial é usado por 13,9% dos empresários e 6,3% realizam empréstimos em nome da empresa.
“A citação do cheque especial para o capital de giro indica que a qualidade do crédito tomado pelas empresas não é o ideal”, analisa. “De acordo com o Banco Central, os juros no cartão de crédito rotativo para pessoas jurídicas já chega a 211,60% ao ano (dados de março de 2015). No caso do cheque especial, os juros já chegam a 203,90% ao ano. Isso é preocupante”, complementa a economista.
O levantamento indicou também que 94% das empresas possuem conta jurídica em banco, mas 22% dos empresários ainda não fazem a administração dos recursos pessoais e da empresa de forma separada.
Para presidente da CNDL , a pesquisa sugere que o micro e pequeno empresário brasileiro é experiente e está acostumado a passar por muitas adversidades. “Eles são capazes de sobreviver num ambiente político-econômico desfavorável e sujeito a muitas mudanças”, afirma. “Ao mesmo tempo, ainda precisam ampliar seus conhecimentos sobre a educação financeira, o financiamento público e o capital de giro”, conclui Pinheiro.
02/06/2015

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