terça-feira, 30 de junho de 2015

ABIFER na mídia: Negociação para renovar contrato



O avanço dos trilhos no país pode depender de uma troca entre governo e empresários do setor. Se a União se comprometer a renovar seus contratos de concessão antes do vencimento, empresas concessionárias se propõem, em contrapartida, injetar cerca de R$ 16 bilhões na modernização de suas malhas. A prorrogação dos atuais contratos – fechados na década de 90 – só expiraria na próxima década. 

“O governo está negociando com os concessionários a ampliação da capacidade de tráfego, novos pátios, duplicações, redução de interferências urbanas e construção de novos ramais”, informa o Ministério do Planejamento. Paralelamente a essa negociação, o governo anunciou, no dia 9 de junho, o plano de concessões que prevê investimentos de R$ 198,4 bilhões em infraestrutura, dos quais R$ 86,4 bilhões seriam absorvidos pelas ferrovias. O programa prevê que, para as novas ferrovias, os leilões serão feitos por maior valor de outorga, menor tarifa ou compartilhamento do investimento. 

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Na contramão da crise econômica, os fabricantes de locomotivas aceleraram a produção para atender as encomendas. A Caterpillar, em Sete Lagoas (MG), opera perto da capacidade total instalada para entregar à cliente VLI – empresa de logística que tem a Vale como maior acionista – pedidos que somam R$ 1 bilhão. O negócio prevê a compra de 97 locomotivas, das quais 20 foram entregues, e a perspectiva é de o restante ficar pronto até agosto do próximo ano. As máquinas transportarão grãos, farelo e açúcar nos corredores Centro-Norte e Centro-Sudeste. 

Carlos Roso, diretor-geral da área ferroviária da Caterpillar no Brasil, está otimista com 2015 e conta que outra negociação está a caminho com a própria VLI para fabricar mais 60 locomotivas e também mantém diálogo com a Rumo ALL e MRS sobre possíveis encomendas entre este ano e 2017. “A crise é uma motivação para a renovação das nossas máquinas”, diz Rodrigo Rogério Ruggiero, diretor de operações da VLI. 

Para Vicente Abate, presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (ABIFER), a carteira de pedidos poderá ficar mais gorda se o governo aprovar um projeto, há anos demandado, de estímulo para as concessionárias ferroviárias renovarem suas frotas, que continua em discussão no âmbito do governo federal. Em 2014, a indústria de locomotivas, vagões e de metrôs e trens urbanos faturou R$ 5,6 bilhões, 24% a mais que em 2013. “Este ano, apesar da retração do PIB, a previsão da ABIFER é que o valor possa chegar a R$ 6 bilhões”. 

A General Transportation, um braço da multinacional americana GE, instalada em Contagem (MG), opera a pleno vapor em duas frentes: ampliar em mais de 65% sua produção em 2015 sobre o ano anterior e implementar um ambicioso plano de nacionalização para a locomotiva Evolution ES3BBi. Rogério Mendonça, presidente da General Transportation, espera concluir o projeto em três anos, dois a menos que a nacionalização do primeiro modelo da companhia, a AC44. A pressa em garantir um índice de conteúdo local acima de 60% é para conseguir uma linha Finame, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A expectativa é que a locomotiva entre em operação comercial no princípio de 2016, porém os testes para ajustes nos trilhos devem começar no próximo semestre. A Klabin já negociou a compra de setes unidades Evolution. 


Fonte: Revista Valor Setorial - Infraestrutura
Publicada em:: 30/06/2015

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