Índia e China sob pressão de parceiros comerciais

Brasil, Austrália, União Europeia, Tailândia e Colômbia demonstraram preocupação na OMC diante de informações de que o governo da Índia aumentou o subsídio à exportação de açúcar bruto do país - o que, no momento, garante preços domésticos 20% maiores que a atual cotação de referência no mercado mundial. No Comitê de Agricultura do órgão, a delegação brasileira disse que estava pronta para discutir bilateralemtne o tema com a Índia. E a Austrália reclamou que está cada vez mais difícil para seus produtores competirem com os subsídios indianos. Segundo australianos grande parte do açúcar que a Índia exporta com subsídios está sendo direcionada para a Tanzânia, Somália e Sudão, afetando também os produtores desses países. A delegação indiana ficou de responder às queixas o mais breve possível. A Tailândia, que fez coro contra a Índia, também foi questionada, inclusive pelo Brasil, sobre seus próprios programas de apoio à produção de açúcar. Os tailandeses insistem que não fazem nada que contrarie as regras da OMC, mas é crescente o temor no orgão com a volta de subsídios à exportação de produtos agrícolas. A Suíça, por exemplo, concedeu US$ 20 milhões em ajudas dessa natureza. o valor é insignificante, mas reforça o alerta contra essa tendência. Já os EUA praticamente acusaram a China de deprimir os preços internacionais do algodão. Segundo Washington, os estoques nas mãos dos chineses equivalem a 149% da demanda das têxteis do país. Para os americanos, dessa forma a China procura promover o uso de poliéster em detrimento do algodão. Pequim respondeu que nos últimos anos houve flutuação nos preços externos e que importações do produto subsidiado afetaram o mercado chinês. Conforme Pequim, o maior uso de poliéster resultou em menor importação de algodão nos últimos dois anos, mas o país estaria respeitando seu compromisso de importar 894 mil toneladas anuais do produto com tarifa baixa. E garante que não reexportou o algodão e, portanto, não distorceu o comércio.

Valor Econômico
09/06/2015