Moeda dos EUA chegou a cair 0,6% ante real nesta terça.
Dólar saltou 6% nas quatro sessões anteriores.
28/07/2015 09h38 - Atualizado em 28/07/2015 16h29
O dólar reduziu o avanço na tarde desta terça-feira, após atingir R$ 3,43 depois que a agência de classificação de risco Standard & Poor’s manteve em "BBB-" a nota de crédito do Brasil, mas ter sinalizado que o país pode perder o grau de investimento.
Por volta das 16h, a moeda norte-americana avançava 0,43%, a R$ 3,3786 na venda, após acumular alta de 6% nas últimas quatro sessões.
Mais cedo, a moeda chegou a ser cotada a R$ 3,4353, maior nível intradia desde 21 de março de 2003, quando chegou a R$ 3,46.
Segundo investidores ouvidos pela Reuters, a deterioração da nota do país já estava parcialmente embutida nos preços.
"O mercado estava esperando algo semelhante. A surpresa é que veio da S&P, e não da Moody's", afirmou o economista da 4Cast Pedro Tuesta, lembrando que a Moody's está prestes a avaliar a nota do país novamente.
Tuesta argumentou ainda que a alta do dólar perdeu força à tarde após a analista da S&P Lisa Schineller dizer esperar que o cenário fiscal melhore, o que poderá evitar o rebaixamento.
Investidores já vinham demonstrado preocupação com a possibilidade de o Brasil perder seu grau de investimento, após cortes nas metas fiscais do governo deste e dos próximos anos surpreenderem e decepcionarem os mercados financeiros.
Cenário politico conturbado
O cenário político conturbado também pesa neste momento, em que o governo depende muito do Congresso -- em pé de guerra com o Executivo -- para aprovar as medidas de ajustes fiscais. Nesta manhã, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, voltou a afirmar que fará todos os esforços junto ao Legislativo "para garantir a previsibilidade fiscal".
Outro fator importante para os próximos passos do dólar é a reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, que termina na quarta-feira. Sinalizações de que o Fed caminha para elevar os juros ainda neste ano podem servir de gatilho para a moeda norte-americana dar mais um salto, afirmaram operadores, uma vez que pode atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados no Brasil.
"A verdade é que o dólar não tem motivo para cair. Qualquer queda vai ser um alívio temporário", disse a operadora de um banco nacional.
O atual momento do mercado de câmbio também fez investidores redobrarem a atenção sobre a intervenção do Banco Central, já que a valorização da moeda norte-americana tende a pressionar a inflação ao encarecer importados. O sinal mais imediato será o anúncio da rolagem dos swaps cambiais que vencem em setembro, equivalentes a venda futura de dólares.
Atuação do BC Nos últimos meses, o BC tem feito rolagens parciais e caminha para repor cerca de 60% do lote de agosto, equivalente a 10,675 bilhões de dólares. Operadores têm afirmado que, se mantiver essa proporção para o lote de setembro, o BC sinalizaria que está confortável com o avanço da moeda norte-americana.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total no leilão de rolagem de swaps cambiais. Com isso, já rolou o equivalente a 5,684 bilhões de dólares, ou cerca de 53% do lote que vence no início de agosto, que corresponde a 10,675 bilhões de dólares.
Pela manhã, o dólar chegou a recuar 0,6% sobre o real, em um movimento de ajuste após as altas recentes e em linha com os mercados externos, onde o dólar se desvalorizava em relação às principais moedas emergentes. No entanto, operadores já esperavam que a moeda dos EUA retomasse a trajetória de alta.
Véspera
Na segunda, o dólar avançou pela quarta sessão seguida, o dólar encerrou a sessão a R$ 3,3757, renovando a máxima em mais de 12 anos. Foi a maior cotação desde o dia 28 de março de 2003, quando
No mês de julho, o dólar acumula alta de 8,2%. Em 2015, a moeda avançou 26% até esta segunda-feira.
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