quinta-feira, 23 de julho de 2015

Emergentes puxam queda no comércio internacional


O comércio internacional continua frágil e caiu em volume pelo quarto mês no ano, mostra o CBP, o Centro de Analises Econômicas da Holanda, que acompanha de perto a evolução das trocas globais. Em maio, o comércio internacional sofreu queda de 1,2% comparado ao mês anterior, quando já tinha Caído 0,2%. No ano, as trocas globais só aumentaram 1,5%, sinalizando que mais uma vez não terá condições de alcançar tão cedo o crescimento de 5,7% médio de antes da crise global. A maior parte da desaceleração nas exportações veio do lado das economias emergentes. Na verdade, pela primeira vez o crescimento das vendas dos emergentes tem sido numritmo menor do que daquela dos países avançados. É algo quase sem precedentes nos últimos anos, como observa Capital Economics. A fraqueza das exportações dos emergentes se explicaem parte pela queda depreços das commodities e do dólar forte. Mas os exportadores de alguns emergentes mais integrados no comércio mundial poderão ser ajudados pela depreciação de suas moedas a partir de julho. Nos primeiros cinco meses do ano, o declínio nos emergentes ocorre sobretudo pela fragilidade agora de exportações de da Ásia e do leste da Europa. Na América Latina, a baixa nas vendas externas foi bem mais modesta. Os asiáticos são afetados pelo menor crescimento da China. O IIF calcula que os vínculos comerciais da região com a China aumentaram nos últimos 20 anos. De tal forma que, em termos de valor agregado doméstico, as exportações para a China representam mais de 10% do total exportado na Ásia, principalmente por parte de Coréia, Filipinas e Indonésia. Ninguém está prevendo aterrissagem forçada, ainda, da economia chinesa, a segunda maior do planeta. Mas os riscos de turbulência aumentaram e, mesmo no melhor cenário, o crescimento moderado vai continuar a diminuir a demanda por produtos do resto da Ásia, assim como de commodities da América Latina. Por outro lado, alguns países da Europa central pode se beneficiar do desempenho da Alemanha, assim como o México do crescimento nos EUA. Na zona do euro, a desvalorização da moeda comum até agora resultou em modesto impacto sobre as exportações. Pelo ritmo das trocas, o comércio global poderá crescer até menos que o PIB mundial em 2015, algo inquietante.
Valor Econômico

22/7/2015

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