O presidente da Rússia, Vladimir Putin, conclamou a presidente Dilma Rousseff para os dois países "trabalharem mais" para a possível utilização de real e rublo no comércio bilateral, que visa reduzir o uso de dólar nas trocas. Já a presidente, pelo menos na declaração inicial diante dos jornalistas não tocou no tema.A área econômica do governo brasileiro acha que as propostas na mesa ainda não levam a um consenso. Moscou está particularmente engajado no uso de moeda local, no momento, tirando as lições de seu confronto com americanos e europeus, que impuseram sanções contra Moscou. Por sua vez, uma declaração de empresários dos Brics, que será entregue aos líderes hoje, também coloca como uma das prioridades o uso de divisas nacionais no comércio entre eles. O volume de comércio entre os países dos Brics saltou, entre 2005 e 2014, de US$ 72 bilhões para US$ 297 bilhões, umincremento de 311%, acima do crescimento do comércio mundial, de 80%, no mesmo período. Os países dos Brics dobraram a sua participação no comércio desde 2001, representando, hoje, 18% do comércio global, segundo o Itamaraty. Em todo caso, Dilma e Putin prometeram se engajar para que o comércio bilateral aumente para US$ 10 bilhões, comparado a US$ 6,8 bilhões no ano passado. Segundo Putin, o comércio bilateral cresceu 15% em 2014, mas diminuiu no primeiro trimestre deste ano. Ele, porém, disse ter certeza de que as trocas vão continuar aumentando. O Brasil exporta sobretudo carnes para o mercado russo.Os dois presidentes abordaram os acordos de ciência e tecnologia que vão assinar, incluindo na área de astronomia. Dilma foi a última dos líderes 3 chegar a Ufá para a cúpula dos Brics. Mas o anfitrião, Putin, demorou tanto em encontros bilaterais que o jantar de abertura começou com grande atraso. Já tarde da noite, os dois presidentes tiveram um encontro bilateral. Ao retornar para o hotel, a presidente não quer comentar as turbulências nas bolsas da China, que apagaram mais de US$ 3,5 trilhões em valor e podem implicar em mais baixa na demanda por commodities. Hoje, a presidente terá reuniões bilateraiscom os presidentes da China, de Belarus e do Cazaquistão, e com o primeiro-ministro da Índia. Segundo sua assessoria, todos pediram para falar com ela, enquanto Dilma não requisitou nenhuma conversa. Epossívelqueo Brasil consiga uma ligeira satisfação na sua luta pela reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, governo considera isso ainda mais simbólico neste ano em que a ONU completa 70 anos. A China não quer apoiar a entrada do Japão no Conselho de Segurança e tampouco tem simpatia pela entrada da Índia. Ocorre que Brasil, Índia, Japão e Alemanha formam o G-4, engajados pela reforma. Os chineses dizem que, se o Brasil não estivesse nesse tipo de, grupo, seria menos complicado para Pequim dar algum apoio para a reforma do Conselho. A declaração dos líderes e o texto da parceria econômica terão juntos 80 páginas, resultado de meses de negociações.
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sexta-feira, 10 de julho de 2015
Putin pede a Dilma uso de moedas locais em trocas
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