O senador Wellington Fagundes (PR-MT) integra, como representante do Senado, a comitiva liderada pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu, que viajou para o Japão e a Rússia na terça-feira (30) com o objetivo de ampliar a participação do Brasil em dois dos mais importantes mercados internacionais.
Na avaliação de Wellington Fagundes, a viagem é uma grande oportunidade para lidar com os interesses do país. Ele acredita que será possível destravar a exportação de carne bovina in natura no Japão, e tratar da abertura de uma lista de frigoríficos brasileiros pré-autorizados a exportar para a Rússia. O assunto integra a pauta das reuniões previstas com autoridades e empresários japoneses e russos.
O parlamentar lembrou que o Brasil foi, nos últimos anos, o maior exportador global e possui os maiores rebanhos comerciais do planeta, com cerca de 200 milhões de cabeças bovinas.
- Agora é o momento de ampliarmos o campo dos negócios com esses países, já que o consumo de carne, no mundo, nos próximos 50 anos, deve aumentar em mais da metade do que é hoje - ressaltou.
Wellington Fagundes chamou atenção para os números da produção de gado em Mato Grosso, ao afirmar que a comitiva buscará ampliar ainda mais a vazão do imenso potencial produtivo do país, em especial de seu estado.
- Mato Grosso é um estado próspero na pecuária, que literalmente coloca carne nos pratos do mundo todo. No último ano, o estado registrou a maior produção do país, com 1,3 milhão de toneladas de carne, o que representou 16,5% de toda a produção nacional no período - disse o senador, acrescentando que todos os estados ganharão com a iniciativa da ministra.
Portas Abertas
A exportação de carne também estava na agenda da ministra Kátia Abreu nos Estados Unidos, na segunda-feira (29). O país garantiu a liberação da importação de carne in natura de 13 estados brasileiros e do Distrito Federal, encerrando uma restrição de 15 anos.
Segundo dados do ministério, a medida favorecerá a 95% da agroindústria exportadora brasileira. O senador disse que o objetivo do ministério é persistir na prática da defesa agropecuária de forma permanente. A ministra teria dito que é preciso trabalhar para que o Brasil se situe entre os cinco países do mundo como referência agropecuária.
Salto Logístico
Wellington Fagundes deu destaque às reuniões que a comitiva terá com investidores do Japão e também do Japan International Cooperation Agency (Jica), uma espécie de ministério da agricultura do Japão. Ele explicou que existe interesse dos japoneses em abrir crédito e financiamento para fomentar investimentos no Brasil. Em Mato Grosso, a perspectiva é para ampliação da produção de milho.
Segundo o senador, haverá palestras com investidores locais e tradings (empresas que fazem a intermediação entre o exportador e o importador), o que será, disse ele, uma boa chance para conversar sobre investimentos do Japão no Brasil.
Frente Parlamentar
Presidente da Frente Parlamentar de Logística de Transportes e Armazenagem (Frenlog), o senador destaca como fundamental a discussão com representantes da China sobre investimento em logística. Os chineses têm-se mostrado como principal parceiro comercial do Brasil. Em maio, o primeiro-ministro, Li Keqiang, esteve em Brasília e assinou acordos econômicos no valor de U$ 50 bilhões, incluindo o anúncio do projeto da ferrovia que unirá o Brasil com o Pacífico através do Peru com o objetivo de facilitar as exportações brasileiras de soja ao Oriente.
- Esperamos nessa viagem conseguir articular para que esse protocolo de intenções, não só do governo chinês, mas, quem sabe, de todos os países envolvidos do Brics, possa vir em investimentos concretos para o Brasil - disse.
O parlamentar disse que a produção brasileira sofre com as dificuldades de escoamento e que essa viagem é uma oportunidade ímpar de negociar investimentos para uma melhoria da infraestrutura rodoviária, ferroviária e de armazenamento no Brasil.
- Ampliar nossa estrutura por meio das concessões é fundamental para fazermos com que nossa produção de grãos atinja o porto de Belém, garantindo assim um escoamento ágil e sem perdas. É uma das iniciativas que sempre tenho cobrado do governo federal e a ministra se mostrou disposta a trabalhar em cima disso - disse o senador.
Fonte: Agência Senado
02/07/2015
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