Clima econômico melhora no Brasil e na América Latina
O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina (ICE) avançou entre julho e outubro e ficou mais perto da zona de avaliação favorável. O índice subiu 26,6 pontos no intervalo, para 99,1 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV), responsável pelo levantamento junto com o instituto Ifo, da Alemanha.A alta levou o indicador a ficar 10 pontos acima da média dos últimos dez anos. A melhora do ICE é explicada tanto pela situação corrente quanto pelas perspectivas de curto prazo: o Indicador da Situação Atual (ISA) subiu 18,8 pontos, para 56,2 pontos, e o Indicador das Expectativas (IE) avançou 37,4 pontos, para 153,9 pontos, diz a FGV.No nível agregado mundial, o ICE mantém-se na zona favorável, com um avanço menos expressivo que o da América Latina no trimestre.Com exceção do Reino Unido, todos os principais países do mundo desenvolvido estão na zona de avaliação favorável do clima econômico. Entre julho e outubro, houve avanço em todos os países exceto Japão e Alemanha, com quedas inferiores a 3 pontos. No grupo do Brics, somente a Índia registrou recuo no ICE. O Brasil se destaca no grupo, com aumento de 32,7 pontos na margem, embora se mantenha na zona desfavorável, assim como a África do Sul. Observa-se que, no caso do Brasil, este resultado vem ocorrendo desde julho de 2013.Segundo a economista Lia Valls, da FGV, “a América Latina acompanha os ventos favoráveis que predominam no cenário internacional e que sinalizam uma retomada sustentada do crescimento econômico”.O ICE melhorou em sete países dos 11 selecionados para o acompanhamento mais detalhado do clima econômico da América Latina. O indicador recuou em Bolívia, México, Uruguai e ficou estável no Paraguai. O recuo máximo foi de 4 pontos (Bolívia e México). Paraguai e Uruguai continuam com clima econômico favorável.Na sondagem de outubro, quatro países registraram altas expressivas de ICE, com avanços tanto no indicador da situação corrente quanto no de expectativas: Peru (55 pontos), Chile (52 pontos), Argentina (44 pontos) e Brasil (33 pontos).Todos os países se beneficiaram do aumento dos preços das commodities, em especial do petróleo e de minerais. Além disso, fatores domésticos contribuíram para a melhora do clima econômico como: a aprovação das diretrizes do governo Mauricio Macri, na Argentina; a recuperação do setor de mineração no Chile, após a greve nos meses iniciais de 2017, e estímulos fiscais com investimentos na área de infraestrutura; e dados da indústria que apontam recuperação da economia brasileira. O conjunto de fatores positivos externos e domésticos levaram à melhora do ICE e dos indicadores da situação corrente e das expectativas.A sondagem de outubro traz ainda a enquete sobre os principais problemas que dificultam o crescimento econômico do país. Os especialistas brasileiros consideraram que dez são os problemas “engessam” o crescimento do país, com destaque para corrupção e infraestrutura inadequada. “O clima econômico melhorou no Brasil, mas temos ainda um longo caminho a percorrer para assegurarmos um ciclo de crescimento sustentado”, conclui Lia Valls no comunicado divulgado pela FGV. Valor Econômico 14/11/2017.
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