Propostas ligadas ao agronegócio brasileiro colocam Mercosul à prova
As sugestões que vêm sendo apresentadas para resolver o desequilíbrio causado em setores do agronegócio brasileiro por conta da concorrência – considerada desleal – do Mercosul, em tese, não podem ser aplicadas. Essa é a avaliação de Mauro Laviola, vice-presidente daAssociação de Comércio Exterior do Brasil. A mais recente é projeto de decreto legislativo protocolado pelos deputados Sergio Souza (PMDB-PR) e Evair Vieira de Melo (PV-ES). O texto propõe a reintrodução da "cobrança de direitos alfandegários na circulação de alguns produtos agropecuários" no âmbito do bloco. Os itens são leite (fluído, em pó e soro de leite), arroz, trigo e maçã. – O que o Legislativo está fazendo é absolutamente contrário ao Mercosul e não é possível do ponto de vista legal. Não se pode retirar preferências do bloco e nem aplicar salvaguardas – afirma Laviola. Ele acrescenta que, nos anos 2000, a Argentina tentou, sem sucesso, ações semelhantes. Assessor de Souza, Luciano Carvalho não concorda. Para ele, a medida não "detona o Mercosul". – Estamos trabalhando com quatro produtos sensíveis, assim como a Argentina fez com o nosso açúcar. É uma medida de defesa comercial sensata – defende. Souza é deputado pelo Paraná, segundo maior produtor de leite do país, e montou o projeto com base nas mesmas razões apresentadas por entidades gaúchas: a crise causada no setor, que viu os preços do produto despencarem neste ano. – Li as justificativas do decreto e dentro do regulamento do Mercosul diz que deve haver simetria entre produtos negociados – reforça Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados. Nesta segunda-feira, o deputado Heitor Schuch (PSB-RS) protocolou no Parlamento do Mercosul documento de entidades sobre o tema. Ele lamentou a baixa participação do Brasil no órgão: – De 30 proposições na pauta, tinha apenas uma brasileira. O governo brasileiro também está dando muito pouco valor. Aprovam aqui o que interessa para eles. A crise também pautou reunião de entidades, parlamentares e representantes de ministérios nesta segunda-feira em Brasília. Zero Hora 14/11/2018
Essa reintrodução é uma coisa extremamente boa para a área da agricultura, pois esses produtos são de extrema valia para o Brasil e o mundo e em meio essa crise precisamos de um posicionamento mais nacionalista.
ResponderExcluir