O governo brasileiro decide levar a China à Organização Mundial do Comércio (OMC), denunciando o que acredita ser uma medida protecionista contra a importação de açúcar. O que será questionado é uma salvaguarda imposta por Pequim contra o produto brasileiro e que derrubou, em 2017, as exportações nacionais. O Brasil insiste que tentou encontrar uma saída negociada. O governo fez questão de conduzir consultas com Pequim, na esperança de convencer os chineses a não seguir com a medida.
Entenda a situação
Até 2016, o Brasil era o maior fornecedor de açúcar para a China, que por sua vez era o principal destino das exportações de açúcar bruto produzido aqui. As vendas totalizavam perto de 2,5 milhões de toneladas ao ano - o açúcar brasileiro era competitivo mesmo pagando, na maior parte, alíquota de 50% para ingressar naquele mercado. No ano seguinte, porém, os chineses elevaram essa tarifa para 95%, o que fez as exportações brasileiras caírem para cerca de 300 mil toneladas.
Desde o ano passado o Brasil passou a ser um dos países incluídos em investigação do governo chinês sobre o comércio do açúcar. Em documento oficial enviado à OMC, em 2017, em justificativa pela ação, Pequim explicou que decidiu abrir investigações depois de ter constatado que o açúcar importado já representava 47% da produção nacional - em 2011, eram 27%. Além disso, os chineses apontam que, hoje, o produto importado ocupa 32% do consumo nacional de açúcar, uma vez que, eram de 21% em 2011.
Pequim alega que sua indústria nacional teria exigido uma resposta diante do volume comprado do Brasil, em mais um sinal de que Pequim não estará disposta a permanecer apenas como consumidora de produtos básicos de diversos países.
Fonte:ESTADÃO.COM.BR
Data de publicação:20/09/2018
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