SEGURO: PERDA OU INVESTIMENTO?
Deparamo-nos, recentemente, com a questão sobre o que representa um seguro de carga. E notamos que há os que o consideram uma perda. Ele não agrega valor ao produto. Entendemos, sem qualquer sombra de dúvida, que o seguro é um investimento. Assim, agrega valor.
Para que o seguro pudesse ser considerado uma perda, teríamos que levar em conta uma série de fatores. Um deles, que a contratação de seguro não geraria, em qualquer hipótese, reembolso pela perda da mercadoria. A contratação de seguro gera uma contrapartida na perda ou avaria da mercadoria.
Para que não valesse a pena contratar seguro teríamos que pressupor que o ser humano fosse o melhor entre todos os animais. E que o roubo, o furto não habitassem nele. Nesse caso, num acidente qualquer, ninguém mexeria na mercadoria ou veículo, o que não é o caso.
Também que máquinas jamais falhassem. Que os veículos rodoviários de transporte fossem perfeitos e acidentes jamais ocorressem. Ai não haveria perda de mercadoria.
Que trens nunca tivessem problemas. Que essa máquina seria perfeita e nunca falhasse. Descarrilamento seria um fato desconhecido. Que suas peças jamais se desgastassem. Jamais um trem parasse ou não entregasse sua carga.
Que aviões jamais apresentassem problemas, nunca caíssem e funcionassem sem nunca se acidentar.
Que os transportes aquaviários, em especial o marítimo, jamais tivessem problemas. Que um navio jamais afundasse. Que nunca fosse abalroado. O mesmo com o fluvial.
Está claro que esses fatos são absolutamente impossíveis. Em especial no Brasil, em que temos o maior índice de roubo e furto de carga no transporte rodoviário no mundo. Coisa de 1,5 a 2,0 bilhões de reais em perdas anuais.
Assim, está claro que a contratação de seguro é um investimento. Investir num seguro é como comprar uma máquina para a linha de produção. Que será base para manutenção ou aumento da produção, e alavanca para aumento da produtividade.
Assim, seguro é investimento. Preserva a cadeia logística. Com o seguro, a manutenção do produto está garantida. Em especial se a perda ocasionar parada da linha de produção. E, por consequência, interrupção temporária no fluxo de entrega de uma mercadoria a um comprador que não pode prescindir da mercadoria nem por horas.
Qual será o prejuízo à empresa num evento maligno desse? Em especial quando sabemos que o custo do seguro de transporte é quase nada em relação à mercadoria. Também quase nada em relação ao custo logístico em geral.
Sem a contratação de seguro, podemos inferir que nem sequer um preço de venda real pode ser possível. Dependendo das perdas envolvidas, ter-se-á um preço de venda para a mercadoria se ela tiver seguro, e outro se não. Dependendo da mercadoria, o prejuízo poderá ser maior ou menor. Considerando o índice de sinistralidade, os problemas poderão ser sérios.
Assim, não há, em qualquer hipótese, a possibilidade da consideração de um seguro como perda. Ele, sem dúvida, é investimento. E agrega valor à mercadoria no sentido de preservá-la. Evitando que a empresa desembolse algo desnecessário.
Assim, só há uma hipótese de o seguro ser considerado perda. Que o índice de sinistralidade seja zero. Mas, mesmo assim, jamais poderá ser considerado como uma perda. Nesse caso nunca será contratado, por absoluta falta de necessidade, então, não haverá perda.
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