quinta-feira, 21 de março de 2013

Arrecadação e violação

É revoltante ver como o brasileiro tem sido enganado, não só pelo governo mas por conta própria. Desde que não se disponha a ler, analisar, ver o que está ocorrendo, é cúmplice –em tramas contra elas mesmas. O que explica isso no brasileiro? Por que não se preza? O retorno da arrecadação é quase nada. Por que não conseguimos ver isso? O governo está sempre agindo de forma inadequada, e o faz até de forma inteligente – para si mesmo e não para os governados. É a genialidade do prof. Gavião, e não a do Prof. Pardal, os fantásticos inventores, personagens de Disney. Mas um age para o mal e o outro para o Bem. Quando louvaremos o Prof. Pardal e não o Prof. Gavião? A arrecadação de tributos corre celeremente, de modo a cortar o oxigênio do consumidor. Em 1948 tínhamos tributos de 13% do PIB. Em 1989 era de 22% e hoje 38%. Com tributos reais de 50% ou mais, como já explicamos em nossos artigos. E que ainda não foi percebido pela imprensa, pelos economistas e pelo povo em geral. Ultimamente o governo vem praticando as chamadas "boas ações". Boas para quem, cara-pálida? Para ele, não para o povo. São formas de enganar a todos sem que se perceba. Temos problemas sérios com transportes e logística, entre outros. Estamos entre os piores países do mundo. O que faz o governo? Dá dinheiro de quem trabalha para manter na coleira a maioria do povo. O que nós faríamos? Daríamos empregos a estas dezenas de milhões de pessoas, colocando-as para construir e reformar rodovias, ferrovias, hidrovias etc. Salário ganho com dignidade e bem maior que as migalhas da bolsa esmola e sem destruir o País com falsas políticas sociais. Criaríamos o desenvolvimento que precisamos. Mas isso não facilitaria o cabresto... O salário mínimo vem aumentando de forma irresponsável. Não que não se deva aumentá-lo. É uma vergonha um salário mínimo de R$ 622, quando, considerando sua criação por Getúlio Vargas, deveria estar hoje ao redor de R$ 2.500,00. Mas, não dá para recuperar tudo dessa maneira. Mas, o principal que queremos colocar é que os aposentados têm recebido reajustes menores que a inflação, reduzindo ano a ano as aposentadorias, aproximando todos de apenas um salário mínimo, que é a intenção declarada. E que é quando as pessoas mais precisam de dinheiro para suportar a velhice e o descanso merecido. Assim, isso se constitui mais numa medida arrecadadora, e de cabresto, e não medidas sérias de país sério (isto está justificado já que não o somos). O salário mínimo é, em geral, pago pelas empresas. A aposentadoria pelo governo. Entendeu? O governo veio com o saco de bondades de baixar ou eliminar o IPI para aquisição de veículos. Com a proposta de fazer girar a economia e provocar crescimento. Pura falácia. O modelo está há muito esgotado. Não se provoca desenvolvimento durante muito tempo com políticas de consumo. Isso se faz com investimentos, o que não tem ocorrido e somos dos países que menos investem. O resultado está ai para quem se dispuser a enxergar. O intuito é apenas de arrecadação cada vez maior. O que isto está provocando é que se está "obrigando" o brasileiro a comprar carros - sabemos que é uma paixão do povo tupiniquim, infelizmente. Está "obrigando" o endividamento das pessoas e famílias, e os resultados já podem ser sentidos. Estão lotando nossas vias públicas indevidamente, com carros que não poderiam ter sido comprados. Além disso, não estão construindo o necessário delas. Somente na cidade de São Paulo é necessário construir pelo menos 10 quilômetros de vias por dia, para suportar a entrada de novos carros na cidade. Sem contar os prejuízos ao meio ambiente, à qualidade de vida, o endividamento das famílias, à importação de combustíveis já que a estatal ora incompetente e politizada não está conseguindo fazer o que sabe. Não a deixam. Ou seja, tudo é arrecadação para uns poucos fazerem com o "rico dinheirinho nosso de cada dia" o que bem entenderem, e para si. Não para o povo. Como está a educação comparada com há 40-50 anos? Como está a saúde? E a segurança? E o saneamento básico que falta a 50% das casas brasileiras? E tudo o mais que deixamos para o leitor pensar. Não só os leitores. Assim, fica claro o que estamos expondo. É a arrecadação pela arrecadação. Nada mais. Puro individualismo às custas de uma massa inculta, a quem não interessa que façam progressos. E nós, somente nós, continuamos empobrecendo. Pobre povo, pobre país. E que ainda, em pleno século 21, e de extraordinário sistema de comunicação nos dedos das mãos, ainda se comporta de maneira medieval. Que ainda endeusa falsos profetas, os que procuram melhorar às custas alheias, e não próprias. Roberto Campos: No Brasil a burrice tem passado glorioso e futuro promissor. Samir Keedi é bacharel em economia, consultor e professor da Aduaneiras e de várias universidades, e autor de vários livros em comércio exterior. Fonte: Diário do Comércio Por: Samir Keedi

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