terça-feira, 23 de abril de 2013
Deficiência estrutural nas ferrovias faz Brasil desperdiçar bilhões
Entre Palmas, no Tocantins, e Anápolis, em Goiás, há 700 quilômetros que ainda não podem ser chamados de ferrovias. O país gastou R$ 5,1 bilhões e, depois de duas décadas, continua sem trem. Depois das obras já estarem pagas, ainda são necessários R$400 milhões para que os trens comecem a circular pelos trilhos. Segundo o Tribunal de Contas da União a obra além de superfaturada, foi mal feita. Sem proteção, os taludes – cortes feitos na terra – se desmancham sobre a estrada de ferro, e em muitos pontos os trilhos não foram soldados, são presos por taças, que não suportam o peso dos trens.
Para o Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), esse é o tipo de situação que o Brasil não pode mais permitir se quiser se desenvolver. “É hora de fazer bem feito agora. Porque não adianta fazer um projeto vagabundo, começar uma obra e dali a pouco isso dar com os burros n’água”, explica Carlos Campos, economista do Ipea.
O prejuízo e contabilizado dia a dia pelas empresas, o transporte representa 30% do custo final do produto. Com a ferrovia, o custo poderia cair, criando condições necessárias para expandir os negócios. Ainda em projeto, o presidente da EPL (Empresa de Planejamento de Logística) criada pelo governo no ano passado para fazer os projetos de infraestrutura, Bernardo Figueiredo, prepara um mapa de transportes que inclui 10 mil quilômetros de ferrovias para escoar as cargas do país.
Segundo Figueiredo, a missão da empresa é inverter essa lógica de desperdícios qualificando melhor a preparação das obras, evitando obras inacabadas.
Essa é a sétima maior obra de transporte em andamento no mundo, uma espinha dorsal cortando o Brasil do Pará ao Rio Grande do Sul, contendo trens no trecho de Palmas, no Tocantins, a Açailândia, no Maranhão. A Norte-Sul se encontra com a estrada de Ferro Carajás, que chega ao porto de Itaqui, no Maranhão. Outros dois trechos estão em obras, no trecho que vai de Goiás a São Paulo as obras ainda não começaram.
Fonte: Guia Marítimo
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