quinta-feira, 13 de junho de 2013

SP: protesto contra aumento no transporte dá lugar ao vandalismo

Agências bancárias, uma estação do metrô e mais de 80 ônibus foram danificados em São Paulo, no protesto da noite de terça-feira (11) contra o aumento da tarifa do transporte público. 

A Avenida Paulista e o centro de São Paulo amanheceram com as marcas do vandalismo da noite de terça-feira (11). O Jornal Nacional acompanhou de perto.

“Milhares de pessoas estão voltando do trabalho, depois de um dia cansativo, embaixo de chuva. E passar esse pânico, eu estou aqui sem saber para onde eu correr”, comentou Arlete Passante, auxiliar de saúde bucal.

O protesto que começou com manifestantes caminhando ao lado de policiais virou uma batalha nas ruas. De um lado, a polícia com gás pimenta, bombas de fumaça, tiros de borracha. Do outro, rojões, pedras, garrafas e o que mais os manifestantes achassem no caminho.

Um grupo tentou invadir esse terminal de ônibus no centro. A PM reagiu. A polícia vai dispersando os manifestantes, mas eles continuam circulando pelo centro de São Paulo e a gente vai encontrando um rastro de destruição.

Os confrontos se repetiram por mais de duas horas. E muita gente acabou no meio do tumulto. “Não dava para ir nem para frente, nem para trás. Fiquei preso”, conta Vinícius César, professor.

Na avenida parada, um motorista avançou em direção aos manifestantes. E atropelou dois. Segundo a PM, oito policiais ficaram feridos. Um deles levou uma pedrada. Outro foi derrubado da moto. E nem os ônibus escaparam de um protesto que era pelo transporte público.

Segundo a prefeitura, 85 ônibus foram depredados ou pichados. Agências bancárias e uma estação do metrô também foram alvo do vandalismo.

A polícia deteve 20 manifestantes. Dez foram indiciados por dano e formação de quadrilha – crimes inafiançáveis – e devem continuar presos.

Em menos de uma semana, foi o terceiro e mais violento protesto do Movimento Passe Livre. Os manifestantes querem que as passagens de ônibus, trem e metrô, que foram reajustadas para R$ 3,20 no inicio do mês, voltem a custar R$ 3.

Em uma reunião na tarde desta quarta-feira, o Ministério Público tentou um acordo com os manifestantes. Mas como prefeitura e governo não pretendem rever o aumento da tarifa, eles disseram que vão continuar com os protestos.

Nesta quarta-feira, em Paris, o prefeito de São Paulo e o governador do estado condenaram o vandalismo.

“Me comprometi a reajustar a tarifa abaixo da inflação acumulada. Portanto, estou cumprindo rigorosamente aquilo que falei durante a campanha eleitoral”, afirmou o prefeito Fernando Haddad.

“Nós temos manifestação periodicamente e nenhum problema. Precisa ser investigado para verificar a origem disso e devem ressarcir o patrimônio público. Porque isso é patrimônio de todos”, disse Geraldo Alckimin.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, anunciou que a Polícia Federal vai investigar os protestos violentos em São Paulo e também no Rio de Janeiro.

Para a OAB, o que aconteceu na terça-feira em São Paulo passou dos limites. “As pessoas se reúnem para expressar uma indignação, no caso pelo aumento do ônibus. Agora, tem um limite. Quando o movimento passa a violar patrimônio, principalmente patrimônio público e privado também, ou prejudicar o direito de ir das pessoas, ele ultrapassou os limites dele”, afirmou Marcos da Costa, presidente da OAB-SP.


Fonte: Do G1 - Jornal Nacional



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