quarta-feira, 10 de julho de 2013

Comunicar em rede



Na história da humanidade, pela primeira vez temos a oportunidade de compartilhar sentimentos e ideias com extrema rapidez e de forma massiva.

Hoje, em todo o mundo, são mais de dois bilhões de indivíduos conectados à internet e existem mais de três bilhões de telefones celulares.

Essa conectividade permitiu mobilizar milhares de pessoas nas ruas de Porto Alegre, São Paulo, Madri, Cairo ou Istambul, organizando o real a partir do virtual. O nascimento das mídias sociais possibilita a quebra do verticalismo da comunicação de massa.

O cidadão do presente, diferente do passado, recebe diariamente ondas massivas de informação, verdadeiros tsunamis que varrem a cena pública.

Nas redes sociais circulam, muitas vezes, informações descontextualizadas, distorcidas ou inexatas, fruto do desconhecimento ou da maldade, que podem manipular ou induzir ao erro. Por isso, é essencial estimular uma consciência crítica e independente, dando à comunicação um papel central.

A comunicação da era industrial, verticalizada e massiva, exigia recursos vultosos, investimentos em infraestrutura e tecnologia para criar o mercado de consumo.

Com a comunicação da era do conhecimento, no entanto, a rede não é mais uma exclusividade das megacorporações, está acessível a todos.

Com pouco recurso e grande criatividade, podemos criar mensagens comunicativas que varrem o mundo de forma viral em minutos, ou horas.

O advento das redes sociais gera uma simetria jamais vista, oportunizando que milhões de pessoas possam compartilhar o conhecimento, gerando um excedente cognitivo que transformará a cultura, a ciência e a educação.

Existiram muitos períodos férteis na história, onde a reunião de um grupo de cientistas, intelectuais ou artistas transformaram a humanidade.

É possível imaginar o impacto nos próximos 50 anos desta conectividade e da interação de milhões de pessoas, que estão formando uma inteligência coletiva.

A democratização da comunicação passará cada vez mais pela capacidade de termos uma pluralidade de produtores de conhecimento, que possam ajudar o cidadão a desbravar o cipoal de informações que chega à sua tela.

Uma rede de milhares de produtores de conteúdos irá gerar uma comunicação mais plural, descortinando novas possibilidades, disseminando consciência crítica e resgatando a esperança no futuro.

Jornalista e prefeito de Canoas


Fonte: Jornal do Comércio - RS
Por: Jairo Jorge **

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