terça-feira, 16 de julho de 2013

PREÇOS DO AÇÚCAR PREJUDICAM RECEITA DE EXPORTAÇÃO



Os preços do açúcar, um dos principais produtos exportados pelo Brasil aos países árabes, passaram os seis primeiros meses do ano em queda, mas devem se estabilizar no segundo semestre. De janeiro a junho, o Brasil aumentou os seus embarques da commodity em 57,3%, mas a receita gerada com as vendas não cresceu na mesma proporção, em função das cotações menores, e avançou apenas 27%. O volume exportado alcançou 11,8 milhões de toneladas e o faturamento, US$ 5,46 bilhões.

De acordo com o diretor da Bioagência, Tarcilo Rodrigues, a queda dos preços ocorreu por causa das boas safras registradas no mundo no ano passado. "Mas o mercado está entrando em correção", afirma ele, a respeito do futuro dos preços do açúcar, que podem continuar caindo por 40 dias ainda, mas depois deverão se estabilizar. "Eles já estão em um patamar mínimo", afirma o especialista em mercado de açúcar. De acordo com Rodrigues, o efeito do dólar valorizado sobre as exportações deve também ser sentido a partir da metade de julho e no mês de agosto, elevando a receita do segmento com o mercado internacional.

O açúcar ocupou o segundo lugar no ranking dos produtos embarcados pelo Brasil para o mercado árabe no primeiro semestre, com US$ 1,8 bilhão. A receita obtida avançou 10% sobre os seis primeiros meses de 2012, mas o volume subiu ainda mais, 38%, para 4,1 milhões de toneladas. No mês de junho, individualmente, a receita com vendas de açúcar para o mundo árabe chegou a recuar 3,62%, para US$ 274,4 milhões, enquanto os volumes avançaram 15,20% sobre o mesmo mês do ano passado, para 630 mil toneladas. Ou seja, apesar de o Brasil ter embarcado mais açúcar, o preço baixo encolheu a receita.

As exportações gerais da commodity pelo Brasil fizeram movimento similar ao registrado para os países árabes em junho. A quantidade negociada avançou 32,9% e a receita com vendas apenas 8,7% para US$ 958 milhões. O Brasil vendeu no exterior, no último mês, um total de 974 mil toneladas de açúcar. O preço caiu 18,2% sobre junho de 2012, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O fato de os preços do açúcar terem permanecido em baixa deve justamente ajudar a equilibrar o mercado no segundo semestre, já que eles desmotivaram os produtores a investir no segmento. No Brasil, por exemplo, em que um terço da safra de cana-de-açúcar está colhida, a tendência é que os usineiros produzam mais etanol por causa da baixa cotação do açúcar, afirma o diretor da Bioagência. Mas essa oferta menor deverá se reverter em preços de fato maiores apenas no ano que vem, aposta Rodrigues.



Fonte: Agência Anba

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