quarta-feira, 21 de agosto de 2013

DEMANDA INTERNA E EXPORTAÇÃO DERRUBAM PROJEÇÕES PARA 2013


A fraca demanda interna e o cenário de sobreoferta mundial de aço devem limitar o efeito positivo da recente desvalorização cambial sobre os resultados do setor siderúrgico este ano. A produção brasileira de aço deverá atingir 34,499 milhões de toneladas em 2013, numa pequena queda de 0,1% em relação ao ano anterior, quando foram produzidas 34,524 milhões de toneladas, estimou nesta terça-feira (20) o Instituo Aço Brasil (IABr). A entidade revisou para baixo projeção feita em maio, de um crescimento anual de 5,8%.

De janeiro a julho de 2013, a produção nacional de aço bruto registrou queda de 2,2%, em relação a igual período do ano passado, para 19,9 milhões de toneladas. O resultado foi impacto por redução de 16,9% no volume de exportações, para 4,9 milhões de toneladas, em meio a uma sobre capacidade do mercado mundial, que deve atingir 587 milhões de toneladas em 2013. "Mesmo nesse cenário de excesso de capacidade, China, Índia e Oriente Médio devem colocar mais 192 milhões de toneladas no mercado até 2015", destacou o presidente-executivo do IABr, Marco Polo de Mello Lopes, que prevê excedente de 600 milhões de toneladas no próximo ano.

Nesse contexto, a mudança de patamar cambial, que ajuda exportações e inibe a importação, não deve ser suficiente para garantir bons resultados para a siderurgia nacional no mercado externo. O IABr projeta que as exportações de aço devem ser de 8,5 milhões de toneladas em 2013, numa queda de 13% em relação ao ano passado, e as importações deverão atingir 3,2 milhões de toneladas, retração de 14,4%. As projeções anteriores eram de queda de 8,8% para as exportações e importações 15,4% menores em 2013.

No mercado interno, as expectativas também foram reduzidas. O setor agora projeta vendas internas de 22,8 milhões de toneladas neste ano, 5,3% a mais do que no ano passado, e consumo aparente (vendas internas mais importação) de 26 milhões de toneladas, alta de 3,2% - ante estimativas de avanço de 7,6% e 4,2% em maio.

Segundo Lopes, "o mercado interno não demandou o que se imaginava", com consumo abaixo do esperado para os grandes eventos esportivos de 2014 e 2016 e para a produção do pré-sal. O executivo destacou que o Brasil terá sobra de capacidade de 69% em relação a demanda doméstica em 2013, com capacidade instalada de 48,9 milhões de toneladas, ante demanda de 28,9 milhões.

O representante criticou ainda o fim da sobretaxação na importação de 100 produtos, dos quais dez são da cadeia do aço, anunciado pelo ministro Guido Mantega no início do mês. "O câmbio não compensa a não renovação, pois o setor tem mais de 50% de sua estrutura produtiva vinculada ao dólar", disse.



Fonte: Diário do Comércio e Indústria

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