Em julho, a produção industrial recuou 2% em relação a junho, mas cresceu 2% comparativamente a julho de 2012, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
São indicadores piores do que os esperados pelos especialistas: o consenso do mercado apontava para uma queda de 1,3% em relação a junho e um acréscimo de 2,6% em relação a julho de 2012.
O mais grave é que houve um recuo de 3,3%, em relação a junho, na produção de bens de capital, atribuído pelo coordenador da pesquisa do IBGE, André Luiz Macedo, ao baixo grau de confiança dos empresários.
Em relação a julho de 2012 e no acumulado dos primeiros sete meses, comparativamente ao mesmo período do ano passado, o crescimento foi forte (15,2% e 14,2%, respectivamente).
Mas, na comparação entre os últimos 12 meses, até julho, e os 12 meses anteriores, o avanço foi de apenas 2,4%. Insuficiente para falar em retomada do investimento.
Depois de um ano muito fraco para a indústria, continua sendo provável alguma recuperação, em 2013, mas menos expressiva do que se esperava no início do ano e até fins do primeiro semestre.
Incerteza e volatilidade, expressões predominantes nos mercados financeiro e de capitais, passaram a ser empregadas para definir a conjuntura industrial. De fato, alguns setores registraram variações enormes entre junho e julho.
Descontados fatores sazonais, o setor farmacêutico caiu 10,7% e o de máquinas para escritório e equipamentos de informática, 9,4%. Bruscas oscilações da produção são péssimas para as indústrias.
Dificultam o planejamento de investimentos de longo prazo e até de médio prazo - exatamente do que a economia mais depende para voltar a crescer.
A volatilidade cambial contribui para as incertezas. A desvalorização do real deveria estimular as exportações, mas, até agora, pouco efeito teve sobre a produção de manufaturados.
Tampouco estão medidos os impactos negativos do câmbio sobre as importações de bens destinados à indústria e sobre os custos dos empréstimos externos.
Ante as oscilações bruscas da indústria, a comparação pelo critério de média móvel trimestral ganha destaque. Por esse critério, houve decréscimo da produção de 0,7%, em julho, depois do acréscimo de 0,6%, em junho - o que é preocupante.
A produção da indústria tendia a cair, novamente, em agosto. O que afetará o PIB deste trimestre.
O Estado de São Paulo - SP
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