Segmento quer conquistar novos consumidores, jovens e mulheres, e competir com a vodca
Dose Clássica, produzida no Espírito Santo, tem sabor de menta, baunilha, mate e coco. Custam de R$ 8 a R$ 16
Para ganhar uma fatia do mercado dominada pela rival vodca, produtores de cachaça se esforçam para criar novos produtos, e mostrar a versatilidade da bebida a novos consumidores, por preços acessíveis. Eles têm sabor diferenciado, ou são mais leves e doces.
Um exemplo é a cachaça Maria Joana, lançada este ano. Ao misturar a bebida com mel e limão, a produtora reduziu o teor alcóolico da bebida de 40% para 18%.
A Dose Clássica, do Espírito Santo, vem criando, nos últimos quatro anos, cachaças com sabor. No portfólio, já tem bebidas com menta, mate e baunilha e lançou, recentemente, o sabor coco. Até mesmo o design das garrafas é mais moderno. Os empreendedores não escondem o alvo: jovens consumidores.
A Casa Bucco, marca do Rio Grande do Sul, tem no portfólio um licor de cachaça envelhecida durante oito anos. A marca, reconhecidamente premium, planeja agora lançar produtos em uma faixa intermediária de preço, entre R$ 30 e R$ 40.
Já a Vale Verde tem a CanaVino, bebida que passa por processo semelhante ao dos vinhos e tem toque amadeirado e seco. A cachaça Meladinha tem como alvo mulheres de 20 a 40 anos e também foi lançada este ano. A bebida, mais doce, é feita inteiramente a partir da cana-de-açúcar, pois une cachaça e melado.
Mistura de madeiras
Produtores também apostam na diferenciação de aromas ao criar bebidas conservadas em madeiras diferentes. É o caso da Velho Alambique, produzida na Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul. A bebida Ouro passa por barris de carvalho, angico e grapia.
A região, aliás, conhecida pela tradição do vinho, também vem se destacando com relação à produção da cachaça. A Velho Alambique, por exemplo, pertence a uma família com tradição no segmento, mas que apenas nos últimos dez anos aprimorou o processo produtivo.
Com distribuição no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Rio Grande do Sul, a empresa mira agora o Nordeste. A produção é de 30 mil litros por ano.
A Weber Haus, também da região, vende sua cachaça 12 anos, com produção limitada a 2 mil garrafas e avaliada por 20 especialistas, a R$ 1,6 mil, que foi envelhecida durante seis anos em barris de carvalho e seis anos em barris de bálsamo.
Do negócio, cerca de 35% já é exportado para países como Japão, Dubai, França, Holanda e China. Em cinco anos, pretende lançar uma cachaça de 18 anos.
Marília Almeida
iG São Paulo
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