quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Governo brasileiro precisa identificar áreas sensíveis a espionagem, opina Miriam Leitão

 
Em seu blog no portal O Globo, a jornalista Miriam Leitão ressalta que o Governo Federal precisa focar na identificação dos setores estratégicos onde estão as informações nacionais mais sensíveis a serem protegidas. Ela ser refere à política brasileira, que está em ebulição após denúncias de espionagem mantida pelos Estados Unidos aos negócios da Petrobras e ao dia a dia da presidente Dilma Rousseff.


Nas comunicações da presidente interceptadas, lembra Miriam, verifica-se um desrespeito inadmissível da soberania nacional, seja qual for a natureza da informação que eles buscam. Além disso, a petrobras mantém planos de desenvolvimento ousados, investe pesado em novas tecnologias e encontra-se entre as maiores empresas do mundo, com grande potencial para crescer nos próximos anos.

Miriam ainda escreveu:

O mundo dos negócios não é feito de compartimentos estanques, e a empresa brasileira é sócia de empresas americanas aqui e em outras áreas de produção no mundo. Mas não se pode ser ingênuo diante de tanto esforço de busca de informação pela NSA: eles estão correndo atrás, de forma ilegal e desleal, dos seus interesses econômicos. Cabe ao Brasil se proteger, mas sem a xenofobia de querer fechar o país à cooperação e investimento das empresas americanas.

Como explicou o ministro Aloizio Mercadante, as informações sobre o Campo de Libra já obtidas nas prospecções da Petrobras e da ANP estão disponíveis a todos os participantes. É sempre assim nas privatizações ou concessões: forma-se uma sala de informação, com todos os dados e pesquisas geológicas, para que os consórcios ou empresas isoladamente possam preparar seus lances. Além disso, a principal informação sobre este campo já foi revelada pela ANP, que é a estimativa de se ter entre 8 bilhões a 12 bilhões de barris de petróleo recuperáveis. Essa é a principal informação, porque indica que Libra é um campo com menos risco, muita exploração já foi feita. No caso de Libra, a Petrobras, por ser pré-sal, será a operadora e terá 30% do negócio, qualquer que seja a vencedora. Portanto, impedir as empresas americanas seria um tiro no pé, reduziria a competição no leilão, o que diminui o preço que as empresas estão dispostas a pagar.

[...]

A espionagem pode estar atrás de informações que possam ser usados em outros lugares do mundo, na costa americana, na costa do México, na costa da África. A empresa precisa desconfiar sempre dos seus sistemas de proteção de informação, porque, como se pode ver, com a desculpa de combate ao terrorismo, os americanos perderam qualquer limite. Se é que o tiveram algum dia.


Porto Gente


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