quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Obama cancela viagem a Malásia e Filipinas por paralisação do governo dos EUA


Segundo Casa Branca, presidente ainda vai para a Indonésia e Brunei; impasse segue no Congresso

A paralisação parcial do governo dos EUA forçou o presidente dos EUA, Barack Obama, a cancelar duas paradas em sua viagem para a Ásia e deixou no limbo milhares de funcionários públicos federais em todo o país. Legisladores dos dois partidos sugeriram nesta quarta-feira (2) que o impasse pode durar semanas e se tornar uma briga potencialmente perigosa sobre os limites do endividamento dos EUA.

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O financiamento da maior parte do governo foi cortado na terça-feira (1º) depois de um esforço do Partido Republicano para tentar inviabilizar a reforma de saúde do presidente Obama, barrando o orçamento temporário.

Na terça, os republicanos articularam uma estratégia para tentar tirar aos poucos o governo da paralisação, mas a ideia não avançou o suficiente.

Quase um terço dos funcionários públicos federais - cerca de 800 mil - foram forçados a ficar de licença sem remuneração , fechando serviços que vão desde sites de informação a parques nacionais. Funcionários classificados como "essenciais" - como controladores de tráfego aéreo, agentes de patrulha de fronteiras e a maior parte de inspetores de alimentos - continuam a trabalhar.

Obama, que deixará os EUA em direção à Ásia no sábado à noite, cancelou as duas últimas paradas na Malásia e nas Filipinas. Ele ainda viajará para a Indonésia e para Brunei.

A porta-voz do Conselho de Segurança Nacional Caitlin Hayden disse que uma vez que as paradas na Malásia e nas Filipinas estavam programadas para acontecer na volta do presidente "nossa equipe não estava ainda nos locais e não fomos capaz de prosseguir com o planejamento".

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Caitlin acrescentou: "O cancelamento dessa viagem é outra consequência da atitude dos republicanos de forçar a paralisação do governo. Era uma paralisação completamente evitável e está prejudicando nossa capacidade de promover as exportações dos EUA e a liderança do país na maior região emergente do mundo."

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A Casa Branca afirmou que Obama telefonou ao primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, e para o presidente das Filipinas, Benigno Aquino 3º, na terça-feira para informá-los das mudanças nos seus planos e se comprometer a viajar aos dois países em outro momento no seu mandato.

A viagem é parte da estratégia de Obama de ampliar os laços econômicos dos EUA com a Ásia. Obama cancelou duas vezes viagens à Ásia em 2010, uma vez para ficar em Washington durante a votação da reforma da saúde, e outra por causa de um vazamento de petróleo no Golfo do México.

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Líderes republicanos responsabilizaram o Senado, dominado pelo Partido Democrata, por rejeitar uma oferta da Câmara dos Representantes para abrir negociações oficiais sobre o orçamento temporário. Os democratas insistem que os republicanos devem ceder e aprovar diretamente o orçamento.

Obama planejou nesta quarta-feira (2) receber presidentes executivos das 19 principais empresas do setor financeiro do país para dar destaque à oposição do mercado à paralisação.

A disputa sobre o orçamento dividiu o Partido Republicano. Um núcleo mais conservador se colocou contra à reforma de saúde de Obama, alegando que ela prejudica o emprego e restringe a liberdade dos americanos, obrigando-os a ter um seguro saúde. Mas outros republicanos temem que o partido leve a culpa pela paralisação e que isso prejudique as eleições ao Congresso no ano que vem.

O deputado republicano Peter King, de Nova York, afirmou na quarta-feira que membros da Câmara alinhados ao movimento conservador Tea Party estão tentando "sequestrar o partido". King acrescentou que um número cada vez maior de deputados republicanos - talvez mais de 100 - está ficando cansada dessa ala do partido.

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Em um texto opinativo publicado no USA Today, o presidente da Câmara, o republicano John Boehner, criticou os democratas por se recusarem a negociar. "Esperamos que os democratas do Senado - e o presidente Obama - mudem o curso e comecem a trabalhar conosco em nome do povo americano", escreveu.

Na noite de terça, republicanos tentaram aprovar uma legislação destinada a reabrir alguns serviços do governo , incluindo os parques nacionais. Os democratas rejeitaram a ideia, dizendo que os republicanos não possuem o poder de escolher quais agências abririam e quais permaneceriam sem funcionar.

Não afetada pela paralisação, uma parte importante da reforma da saúde entrou em vigor na terça-feira. Seguradoras de saúde receberam inscrições para a cobertura de milhões de americanos a partir de 1º de janeiro.


iG São Paulo

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