Entre agosto e setembro, caíram a produção (2,5%) e os licenciamentos de autoveículos (5,9%), segundo a associação das montadoras (Anfavea). O comportamento ainda é positivo, tanto na comparação entre os primeiros três trimestres de 2012 e 2013 como nos últimos 12 meses, até setembro de 2013.
No mês passado, foram produzidos 332 mil veículos, 15,2% mais do que em setembro de 2012. E, entre janeiro e setembro, 2,84 milhões de unidades, 13,9% mais do que nos primeiros nove meses de 2012.
Porcentuais ainda mais expressivos foram registrados na produção de máquinas agrícolas automotrizes, com aumento de 36,3%, em relação a setembro de 2012, e de 19,8%, na comparação entre janeiro e setembro de 2012 e 2013.
É uma mostra da demanda das fazendas e de todo o setor do agribusiness, que salva o País da inflação de alimentos e evita um desastre no comércio exterior. O recuo nas vendas no segmento de máquinas entre agosto e setembro (6,2%) foi sazonal, como se vê pelo aumento da mão de obra de 1% no mês e de 8% em relação a setembro de 2012, acima do segmento de autoveículos.
O recuo nas vendas, em setembro, deveu-se à "maior seletividade" do crédito, disse o presidente da Anfavea, Luiz Moan. Entraves jurídicos dificultam as operações de leasing de veículos, pois multas e IPVA são cobrados das instituições em caso de atraso dos arrendatários.
Além disso, os clientes têm agido com moderação, evitando o comprometimento da renda e os riscos de inadimplência (esta, de fato, já está em declínio). O aumento dos estoques, de 36 dias para 40 dias, nas montadoras e concessionárias ainda não é preocupante. Mas precisa ser evitado, pois afeta o capital de giro das empresas e eleva os custos financeiros, já em alta por causa da correção da taxa Selic.
O vigor da área automobilística dispensaria o tratamento privilegiado que lhe é conferido pelo governo. É o caso da prorrogação do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que estimula o financiamento de caminhões, ônibus e máquinas agrícolas. Em muitos casos, os investimentos seriam feitos mesmo sem o incentivo.
A Anfavea reestimou de R$ 60 bilhões para R$ 74,1 bilhões as projeções de investimentos, até 2017, por causa do programa Inovar-Auto. Falta mostrar um balanço amplo dos benefícios e custos dos programas federais de incentivos, que afetam as contas públicas.
O Estado de São Paulo - SP
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