A Marinha do Brasil espera definir, até o final desta semana, os novos calados operacionais (distância entre a linha d'água e o casco do navio) de dois trechos do canal de navegação do Porto de Santos. O primeiro deles fica entre a Barra de Santos e o Entreposto de Pesca e, por ser a entrada do complexo, afeta o trânsito de todas as embarcações. Além disso, também há a aprovação das novas condições de navegação para cargueiros que trafegam até as imediações da Brasil Terminal Portuário (BTP), na Alemoa.
Neste caso, a dragagem foi viabilizada pela BTP e pelo Ecoporto Santos, que fica no Saboó. Segundo o comandante da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), o capitão-de-mar-e-guerra Ricardo Fernandes Gomes, o calado atual de 11,2 metros passará para 12,7 metros (ou até 13,7 em períodos de maré alta), igualando-o ao restante do canal do estuário.
"Pelo menos 99% já está liberado. O que impede ainda é a checagem da parte onde foi necessário retirar um corpo rochoso", explica.
O comandante refere-se a uma rocha que, apesar dos trabalhos de dragagem, limitava a profundidade total em 11,8 metros. Ela foi retirada no último dia 7 e um novo levantamento hidrográfico do local onde estava o obstáculo foi encaminhado ao Centro de Hidrografia da Marinha (CHM).
Assim que o novo calado for homologado, as duas instalações portuárias poderão ampliar a capacidade operação, uma vez que embarcações com maiores dimensões estarão autorizados a trafegar no cais santista. As empresas aguardavam desde o final do ano passado a dragagem que seria realizada pela Secretaria de Portos (SEP). No entanto, nenhuma empresa foi contratada para a realização do serviço.
Trecho 1
Simultaneamente, a Marinha analisa os dados coletados no Trecho 1 do canal de navegação, submetido a um recente serviço de dragagem, após o assoreamento causado pela falta de manutenção da profundidade.
"O CHN recebeu hoje (ontem) um novo relatório que esclarece algumas inconsistências do primeiro resultado obtido pela Hidrotop", explicou o comandante Gomes. Entre os problemas identificados, estão o da influência de corrente marítimas.
Diferentemente do trecho final do canal do Porto de Santos, o primeiro deverá ainda ser submetido a outras análises para que o calado seja restabelecido. Atualmente, a limitação é de 12,7 metros. No entanto, com os trabalhos emergenciais, a expectativa é de que o parâmetro alcance seja de 13,2 metros, uma vez que a profundidade alcançada chegou a 14,7 metros.
Limitação
Apesar da possível alteração, a maioria das embarcações que acessam o Porto de Santos permanecerão restritas ao calado de 12,7 metros, uma vez que a operação de carga acontece a partir do Trecho 2 do Estuário (do Entreposto de Pesca até a Torre Grande), onde estão as primeiras instalações portuárias. O problema é que, assim como no Trecho 3 (entre a Torre Grande e o Armazém 6), a porção secundária também não foi submetida à dragagem de manutenção.
"Assim que finalizada a homologação que estamos fazendo agora, já solicitamos que a Codesp (Companhia Docas de São Paulo) providencie uma nova batimetria dos demais trechos", afirmou o capitão dos portos de São Paulo. Segundo ele, além de a nova verificação ser importante, para garantir a segurança da navegação no cais santista, poderá evitar que ocorra situação semelhante ao que foi verificado no Trecho 1, que foi assoreado.
Fonte: A Tribuna
25/6/2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário