A soja em grão ultrapassou o minério de ferro e tornou-se o principal item da pauta de exportações do Brasil no acumulado de janeiro a maio deste ano. É o que mostra levantamento realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) a partir de dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O grão foi responsável por 13,9% do total das vendas externas brasileiras no período, enquanto o minério de ferro respondeu por 13%. As exportações totais do país somaram US$ 90,1 bilhões até maio.
Para a CNA, a demanda internacional aquecida e a expectativa de uma boa colheita de soja nos Estados Unidos, em função da situação climática, são fatores que favoreceram os embarques do Brasil, especialmente para a China. O preço da commodity apresentou queda de 4,8%, o que impediu que a receita cambial crescesse no mesmo ritmo dos volumes embarcados. Enquanto o valor das exportações do grão de soja aumentou 22,1%, a quantidade exportada subiu 28,3%.
A CNA ressalta que a participação do complexo soja no total exportado pelo Brasil tem crescido desde 1990 e, de forma mais expressiva, a partir dos anos 2000, com a venda para a China. Este movimento comprova a qualidade e a competitividade do grão brasileiro no mercado internacional. Só nos primeiros cinco meses deste ano, a soja em grão, o farelo e o óleo de soja somaram US$ 15,53 bilhões em vendas externas, representando 17,2% do total das exportações do país.
Além da soja em grão e do farelo de soja, outros três produtos agropecuários lideram a lista de recordistas de faturamento no ano. São eles: couros e peles (+24,2%), carne bovina (+14,2%) e celulose (+7,3%). Só esses cinco produtos são responsáveis por US$ 20,77 bilhões, 23% do total exportado pelo Brasil no período. A CNA destaca, também, o crescimento de 46,1% no valor dos embarques de bovinos vivos, confirmando o reconhecimento da sanidade do rebanho brasileiro pelo mercado internacional.
O milho é destaque negativo da balança comercial brasileira em 2014. A receita cambial recuou 53,8% e o volume embarcado caiu 34,9%. Os preços médios recuaram 29,1%, reflexo, segundo a CNA, da expectativa de uma boa safra nos EUA.
Também em queda, os preços do açúcar bruto tiveram redução de 17,6% no período entre janeiro e maio, diminuindo em 23,9% o valor das exportações brasileiras. O país responde por 50% do mercado mundial de açúcar. Nas últimas quatro safras, a oferta do produto superou a demanda, pressionando para baixo os preços mundiais. As vendas para a UE, submetidas ao regime de cotas e tarifas elevadas, têm caído nos últimos dois anos.
(Fonte: Diário do Comércio e Indústria) 5/6/2014 |
Nenhum comentário:
Postar um comentário