sexta-feira, 4 de julho de 2014

Indústria recua em maio, terceiro mês de retração

 
Embora os motivos por trás do desempenho ruim da indústria permaneçam os mesmos - desaceleração das demandas interna e externa, aumento de estoques, deterioração da confiança e perda de efeito dos incentivos do governo, entre outros - economistas avaliam que o recuo de 0,6% da produção industrial entre abril e maio, feitos os ajustes sazonais, mostra um quadro mais preocupante para o setor. O resultado negativo daquele mês se seguiu a duas retrações de 0,5% em março e abril, também na comparação mensal, conforme divulgado ontem pelo IBGE na Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF). Uma sequência de três quedas da produção não ocorria desde o período de agosto a outubro de 2011 (...). Para o segundo trimestre, o dado de maio reforçou projeções deEmbora os motivos por trás do desempenho ruim da indústria permaneçam os mesmos - desaceleração das demandas interna e externa, aumento de estoques, deterioração da confiança e perda de efeito dos incentivos do governo, entre outros - economistas avaliam que o recuo de 0,6% da produção industrial entre abril e maio, feitos os ajustes sazonais, mostra um quadro mais preocupante para o setor (...). No caso dos automóveis, disse Macedo, além da piora nas exportações, a indústria do setor tem sido afetada pelo elevado endividamento das famílias, por maiores restrições ao crédito e, ainda pelo encarecimento desses bens após a recomposição parcial do IPI e a criação de novas regras de segurança no começo do ano (...). Em maio, a produção de móveis caiu 4,4% ante abril, enquanto a de máquinas, aparelhos e materiais elétricos diminuiu 2,1%. Ao mesmo tempo, acrescentou Macedo, o impulso dado pela indústria de televisores, devido à demanda extra provocada pela Copa, também se perdeu (...). O sócio e economista-chefe do banco Modal, Alexandre de Ázara, afirma que o resultado da PIM de maio corroborou sua projeção de alta de apenas 0,1% para o PIB no segundo trimestre. Na avaliação de Ázara, a antecipação da produção de automóveis no fim do ano passado e início deste ano, num cenário de consumo desaquecido, gerou um processo de acúmulo de estoques, o que ainda está repercutindo negativamente sobre a produção. Enquanto o excesso de mercadorias paradas não for equacionado, diz ele, a indústria deve continuar em tendência de ritmo fraco, mesmo com a manutenção do IPI reduzido até o fim do ano. Alguns fatores podem dar alento à produção no segundo semestre, no entanto, como um maior número de dias úteis e um desempenho mais positivo dos setores extrativo e de refino de petróleo, diz Nishida. Mas, mesmo assim, ele acredita que a indústria deve terminar o ano com uma queda de 1%. Para que uma projeção de melhora se concretizasse, seria preciso que a produção crescesse a uma média de 0,5% ao mês de junho até dezembro, o que seria muito difícil de ocorrer, na avaliação do economista da LCA. [leia mais]
Valor Econômico
01/07/2014

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