segunda-feira, 14 de julho de 2014

MINISTRO QUER MAIS EXPORTAÇÃO LIBANESA AO BRASIL


O ministro dos Negócios Estrangeiros e Emigrantes do Líbano, Gebran Bassil, defendeu nesta sexta-feira (11), em São Paulo, o aumento do comércio de seu país com o Brasil, especialmente das exportações libanesas. "Há uma diferença muito grande [na balança comercial], estamos na 11ª posição entre os países árabes [nos negócios com o Brasil]", disse ele durante almoço promovido pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) compilados pela Câmara Árabe, as exportações brasileiras ao Líbano renderam US$ 143 milhões no primeiro semestre deste ano, ao passo que as importações somaram apenas US$ 1,71 milhão.
Bassil destacou que o Líbano pode, por exemplo, fornecer seus vinhos e azeites de oliva, pouco conhecidos no mercado brasileiro, mas cuja produção é tradicional no país árabe.
O presidente da Câmara Árabe, Marcelo Sallum, acrescentou que equilibrar a balança comercial bilateral é "um grande desafio", mas destacou que a pauta de produtos comercializados "precisa e pode ser expandida".
Nesse sentido, ambos comemoraram a assinatura de um acordo firmado pelos dois países na quinta-feira (10), durante visita de Bassil a Brasília, que permite a emissão de vistos de múltiplas entradas válidos por três anos para pessoas em viagem de turismo ou negócios.
À ANBA, o ministro ressaltou que a medida vai facilitar o trânsito de pessoas, que "não está no nível que deveria", assim como o intercâmbio comercial. Bassil lembrou que o Brasil abriga cerca de 8 milhões de libaneses e descendentes, mas esta "grande relação humana" não se reflete em outras áreas.
"Há muita afeição recíproca, mas que não se traduz em relações econômicas, comerciais, turísticas, culturais, esportivas. Há espaço para melhorar, traduzir isso em intercâmbios", destacou o chanceler.
Na mesma linha, Sallum afirmou que o acordo dos vistos e outros assinados por Bassil em sua visita vão facilitar "a movimentação de empresários e turistas". "Há um desejo recíproco de estreitar as relações bilaterais", declarou.
Ambos defenderam a negociação de um acordo de livre comércio entre o Líbano e o Mercosul - tema discutido inicialmente em viagem do vice-presidente brasileiro, Michel Temer, à nação árabe em 2011 - e a retomada de voos entre os dois países.
O ministro disse também aos convidados, majoritariamente membros da comunidade de origem libanesa em São Paulo, que seu país "tem muita esperança no apoio de sua diáspora".
Geopolítica
Bassil tratou ainda de temas geopolíticos durante sua visita. Ele citou a questão da Palestina, a Primavera Árabe e o conflito na Síria. Este último tem impacto direto na estabilidade política e econômica libanesa, não só pela proximidade entre os dois países em todos os sentidos, mas também pelo imenso fluxo de refugiados sírios que buscam abrigo em território libanês. "O Líbano sofre com problemas maiores do que o tamanho do próprio país", destacou.
Na quinta-feira, Bassil se encontrou com Temer e com o chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo Machado. Nesta sexta, ele esteve com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Paulo. Para o ministro, os problemas do Oriente Médio, em especial a questão do terrorismo, não diz respeito apenas à região, mas ao mundo todo.
Segundo ele, a posição do Brasil em relação aos temas que afetam o Líbano é de "entendimento e simpatia". Bassil espera que estes assuntos sejam discutidos pelos integrantes do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em reunião de cúpula na próxima semana, em Fortaleza.
Em sua avaliação, o apoio externo pode auxiliar na retomada do equilíbrio interno e na preservação de "países menores, grupos étnicos e religiosos".
Participaram do almoço o diretor-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, o vice-presidente de Marketing, Rubens Hannun, outros diretores da entidade, o embaixador do Líbano em Brasília, Joseph Sayah, o cônsul libanês em São Paulo, Kabalan Frangieh, o bispo da igreja católica greco-melquita Dom Farès Maakaroun e outras personalidades.

Fonte: Agência Anba
14/07/2014

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