Os países
desenvolvidos devem adotar medidas mais eficientes e fazer um esforço extra para
estimular o crescimento das suas economias e assim contribuir para o crescimento
do PIB mundial. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a discussão sobre
como elevar o PIB no mundo faz parte da agenda do Fundo Monetário Internacional
(FMI) e do G-20 e é essa a posição que o Brasil defenderá durante a reunião de
cúpula do grupo, que acontecerá na Austrália em novembro.
"Espero que a União
Europeia faça um esforço adicional, monetário e fiscal, para retomar o
crescimento. Ou faz como os Estados Unidos, que adotaram uma política monetária
mais agressiva, de modo que tenham mais crédito para aumentar a atividade
econômica, ou faz política fiscal expansionista, como fizemos no Brasil".
O ministro fez as
declarações ao comentar a nova previsão de crescimento da economia mundial
divulgada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). No novo Panorama Econômico
Mundial, o FMI reduziu para 0,3% a previsão de crescimento do Brasil em 2014,
ante 1,3% previsto em julho.
Mantega destacou a
importância da retomada do crescimento da UE para impulsionar as demais
economias. "O continente europeu é praticamente 1/3 da economia mundial. Quando
não está aumentando mercado e quando não está aumentando o consumo a gente fica
sem uma perna. A China também reage a isso, porque precisa do mercado europeu e
do mercado americano para exportar", completou, citando ainda as dificuldades de
recuperação do Japão e da Alemanha.
Para Mantega, a
nova abordagem do FMI implica em dizer que a economia internacional está
crescendo menos do que o próprio organismo internacional havia previsto. Em sua
revisão, o FMI projetou que a economia mundial crescerá 3,3% este ano. O
ministro lembrou que a previsão de crescimento já tinha chegado a 3,8% e depois
começou a cair.
"O fundo contava
com a recuperação das economias avançadas e com um desempenho melhor das
economias emergentes e nada disso aconteceu. A única economia avançada que tem
um desempenho melhor é os Estados Unidos e em segundo lugar o Reino Unido. Os
demais países avançados frustraram as expectativas".
Para o ministro, a
previsão de 0,3% de crescimento para o Brasil em 2014 parece um pouco
pessimista. "É verdade que nós tivemos um primeiro semestre de crescimento mais
fraco, porém no segundo semestre estamos observando uma recuperação gradual da
economia brasileira".
De acordo com
Mantega vários indicadores apontam que o Brasil teve uma aceleração moderada do
crescimento a partir de julho. Ele mencionou o IBC-Br, do Banco Central, que foi
de 1,5% em julho, e o monitor do PIB mensal da FGV, de 1,56% em julho e 0,79% em
agosto. "A produção de bens de capital em julho foi 15% e a produção de petróleo
e gás está indo muito bem, cresceu 3,1% em julho, 2,9% em agosto" citou.
O ministro adiantou
ainda que houve uma recuperação das vendas e da produção da indústria
automobilística. Segundo ele, a produção de veículos aumentou 17% em julho, 4,7%
em agosto e 13,7% em setembro, sempre na comparação com o mês anterior.
Fonte: Ministério da Fazenda
07/10/2014
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