terça-feira, 18 de novembro de 2014

OMC, o Brasil e os erros

Dividimos o mundo, sem necessidade, em hemisférios norte e sul
Samir Keedi, Mestre, economista professor da Aduaneiras
No ano passado publicamos nosso artigo "OMC, o Brasil e os erros", no qual criticamos o País de ter lutado com unhas e dentes pelo cargo de Diretor Geral da OMC - Organização Mundial do Comércio. Em especial com as armas utilizadas. Com intervenção forte da presidência e do Itamaraty. Com convencimento para apoio maciço, segundo se soube, de países da África e do Caribe. Todos sem nenhuma representatividade no comércio exterior.
Isso deveria ser uma questão de comércio e não de governo e política. Tínhamos acabado de politizar a geografia comercial mundial. Como é próprio do País nos últimos anos em tudo. Dividimos o mundo, sem necessidade, em hemisférios norte e sul. Abrindo uma frente de discordância que não levaria a nada.
A direção da OMC deveria ser um desejo dos players do setor, de comércio, e não de governos. Portanto, luta em hora errada. Em que não se lutava igual para melhoria do país, de modo a apresentar algo para poder pleitear algo. Era uma questão de puro bom senso. Mas, nestes tempos atuais, nada mais se vê neste "nunca antes neste país". Aliás, nos corrigindo, como já colocamos diversas vezes, nem podemos dizer que somos um país, uma nação. O que somos é um grande acampamento. Em que nada que é importante interessa, em que a luta é cada vez mais pelo poder. O poder pelo poder. E, com isso, o país que "se vire".
Com tudo isso, nossos medos e colocações se transformaram em realidade. Nosso otimista Diretor Geral, como normalmente ocorre com os brasileiros, parece ter acabado de jogar a toalha. Corroborando tudo aquilo que dissemos na ocasião e citado acima. Quem viu os jornais percebeu a tristeza da situação. A Rodada Doha, iniciada em 2001, grande esperança do Diretor Geral, parece ter naufragado.
Estamos terminando 2014 e não há luz no fim do túnel. Se alguma luz for vista é um trem em sentido contrário, levando tudo que vê pela frente.

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