A draga Lelystad, da Van Oord Operações Marítimas, voltou ao Porto de Santos. Desta vez, ela fará dois serviços. Um deles é a dragagem do Canal de Piaçaguera, em Cubatão, e outro é a manutenção das profundidades do canal do estuário. As duas frentes de trabalho serão realizadas em etapas, com a embarcação atuando alternadamente entre os dois canais, conforme programação da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a Autoridade Portuária), da Usiminas e da VLI.
A Lelystad tem capacidade para armazenar 10 mil metros cúbicos de sedimentos em sua cisterna (tanque), um comprimento de 137 metros e 26 metros de boca (largura). A capacidade da cisterna, o baixo calado (8,2 metros), a alta velocidade e o grande poder de sucção lhe conferem excelente produtividade e baixo custo operacional.
A draga irá retirar os sedimentos que se depositam no leito das duas vias de navegação - os canais de Piaçaguera e do estuário. O objetivo é impedir que esse material acabe reduzindo o calado operacional - a distância entre a superfície do mar (ou rio) e a parte mais inferior de um casco na água, ou seja, a metragem vertical da parte da embarcação que fica submersa. Quanto mais carregado (pesado) um cargueiro, mais ele afunda e, portanto, maior é seu calado. Ao limitar essa dimensão, também é reduzida a quantidade de cargas que podem ser embarcadas em um navio. Como consequência, há a perda de competitividade do complexo santista.
A draga atuará no local por alguns dias e, no início da próxima semana, irá para o estuário. Depois, retornará ao acesso aquaviário aos terminais da Usiminas e da VLI, realizando os dois serviços alternadamente.
Nos últimos dias, a Codesp fazia a batimetria (levantamento das profundidades) do estuário, para definir o plano de trabalho de sua nova dragagem. A coleta de dados já ocorreu nos trechos 2 e 3, do Entreposto de Pesca até o Paquetá. Já no trecho 4, que vai das proximidades do Armazém 6 até a Alemoa, ele ainda está em execução.
O levantamento no trecho 1, que vai da entrada da Barra até o Entreposto de Pesca, ainda não foi realizado. O motivo foi o mau tempo e as condições do mar nos últimos dias.
Capaz de armazenar 10 mil metros cúbicos de sedimentos, a Lelystad chegou ao Porto nesta semana
Assoreamento
Segundo a Docas, devido a seus problemas financeiros, esse contrato será executado, mais do que nunca, "com inteligência", priorizando os trechos mais assoreados. Para que isto aconteça, a Lelystad vai dragar os trechos onde há maior deposição de sedimentos e redução de profundidade.
O contrato firmado para a dragagem do canal de navegação poderá ser rescindido caso a Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP) consiga concluir sua licitação da dragagem do cais santista. A pasta tenta pela terceira vez contratar o serviço. Nas duas primeiras, as firmas concorrentes apresentaram propostas de preço acima do limite estabelecido para pagamento. No atual certame, uma determinação da Justiça do Distrito Federal interrompeu os trabalhos.
A concorrência da SEP visa contratar a empresa que será responsável pela ampliação da profundidade do canal de navegação (parte central) do estuário e das bacias de acesso aos berços de atracação, dos atuais 15 metros (em média) para 15,4 ou até 15,7 metros. Os locais de atracação ficarão com uma fundura de 7,6 a 15,7 metros.
Fonte: A Tribuna
04/05/2015
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