Negociações do Acordo de Livre Comércio
entre o Mercosul e a EFTA são concluídas
Foram concluídas na
sexta-feira (23/08), em Buenos Aires, as negociações do acordo de livre
comércio entre o MERCOSUL e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA),
bloco integrado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. As negociações
entre os dois blocos foram lançadas em janeiro de 2017 e finalizadas após dez
rodadas.
A conclusão do acordo
entre o MERCOSUL e a EFTA é mais um resultado dos esforços de expansão da rede
de acordos comerciais do Brasil e do MERCOSUL e ocorre logo após a conclusão do
acordo entre o MERCOSUL e a União Europeia, em junho passado.
Com um PIB de US$ 1,1
trilhão e uma população de 14,3 milhões de pessoas, a EFTA é o nono maior ator
no comércio mundial de bens e o quinto maior no comércio de serviços. Com
outros 29 acordos comerciais já firmados, os quatro países do bloco estão entre
os maiores PIB per capita do mundo e conformam mercado consumidor de grande
relevância global.
O acordo
MERCOSUL-EFTA estabelece compromissos de desgravação tarifária e de natureza
regulatória, como nas áreas de serviços, investimentos, compras governamentais,
facilitação de comércio, cooperação aduaneira, barreiras técnicas ao comércio,
medidas sanitárias e fitossanitárias, defesa comercial, concorrência,
desenvolvimento sustentável, regras de origem e propriedade intelectual.
O acordo ampliará
mercados para produtos e serviços brasileiros, promoverá incremento de
competitividade da economia nacional, ao reduzir custos produtivos e garantir
acesso a insumos de elevado teor tecnológico com preços mais baixos. Os
consumidores serão beneficiados com acesso a maior variedade de produtos a
preços competitivos.
Com a entrada em
vigor do acordo, o Brasil contará com a eliminação imediata, pelos países da
EFTA, das tarifas aplicadas à importação de 100% do universo industrial O
acordo também proporcionará acesso preferencial para os principais produtos
agrícolas exportados pelo Brasil, com a concessão de acesso livre de tarifas,
ou por meio de quotas e outros tipos de concessões parciais. Serão abertas novas
oportunidades comerciais para carne bovina, carne de frango, milho, farelo de
soja, melaço de cana, mel, café torrado, frutas e sucos de frutas.
Os compromissos
assumidos permitirão maior agilidade e redução de custos dos trâmites de
importação, exportação e trânsito de bens, além de contribuir para a maior
integração da economia brasileira às cadeias de valor bilaterais, regionais e
globais.
O acordo garantirá
acesso mútuo em setores de serviços, tais como comunicação, construção,
distribuição, turismo, transportes e serviços profissionais e financeiros.
Contará com obrigações de transparência em compras públicas e fomentará a
concorrência nas compras do Estado, resultando na otimização da relação
custo-benefício das licitações e na economia de recursos públicos. Os
compromissos acordados garantirão às empresas brasileiras acesso ao mercado de
compras públicas da EFTA, avaliado em cerca de US$ 85 bilhões.
Os compromissos em
barreiras técnicas ao comércio consolidam a agenda de boas práticas
regulatórias que o Brasil vem implementando nos últimos anos, ao mesmo tempo em
que preservam a capacidade regulatória do governo.
Segundo estimativas
do Ministério da Economia, o acordo MERCOSUL-EFTA representará um incremento do
PIB brasileiro de US$ 5,2 bilhões em 15 anos. Estima-se um aumento de US$ 5,9
bilhões e de US$ 6,7 bilhões nas exportações e nas importações totais
brasileiras, respectivamente, totalizando um aumento de US$ 12,6 bilhões na
corrente comercial brasileira. Espera-se um incremento substancial de investimentos
no Brasil, da ordem de US$5,2 bilhões, no mesmo período.
Em 2018, a corrente
de comércio entre Brasil e EFTA totalizou US$ 4,5 bilhões, com exportações de
US$ 1,7 bilhão, compostas principalmente por ouro, produtos químicos como óxido
de alumínio, café, soja, carnes e preparações alimentícias diversas, e
importações de US$ 2,8 bilhões, com proeminência em produtos farmacêuticos e
químicos orgânicos, máquinas e equipamentos, petróleo e gás, peixes e
crustáceos.
A EFTA é parceiro
relevante do Brasil em serviços e investimentos. Os fluxos do comércio de
serviços são estimados pela Confederação Nacional da Indústria em cerca de US$
4 bilhões. A Suíça, maior economia da EFTA, é o quinto maior investidor
estrangeiro direto no Brasil, pelo critério de controlador final, com estoque
de US$ 24,4 bilhões em 2017, cerca de 5% do total. Os investimentos diretos
suíços concentram-se, sobretudo, nos setores financeiro, de seguros, da
indústria de transformação e comércio. Por outro lado, segundo dados do Banco Central,
o investimento direto brasileiro nos países da EFTA chegou a US$1,8 bilhões, em
2017. Os investimentos do Brasil na EFTA encontram-se principalmente nos
setores financeiro, manufatura de papel e celulose e mineração.
Fonte:
Assessoria de imprensa do Mapa
Data
de publicação:26/08/2019
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