A China registrou em fevereiro seu primeiro déficit comercial desde março de 2010, a 7,3 bilhões de dólares, informou ontem o governo, que tenta de todas as maneiras tornar seu crescimento menos dependente das exportações. As exportações chinesas aumentaram apenas 2,4%, em ritmo anual, em fevereiro, a 96,74 bilhões de dólares.
Por outro lado, as importações da segunda maior economia mundial aumentaram 19,4% no mesmo período e alcançaram 104,04 bilhões de dólares. "As férias do Ano Novo lunar (3 de fevereiro) geraram um déficit comercial de 7,3 bilhões de dólares", afirma um comunicado oficial.
Exportações e importações são tradicionalmente maiores em janeiro do que em fevereiro, quando a atividade econômica registra uma desaceleração em consequência do Ano Novo chinês.
Nos dois primeiros meses do ano, a balança comercial totalizou um leve déficit de 890 milhões de dólares, com um aumento de 21,7% das exportações e de 41,2% das importações em relação ao mesmo bimestre do ano passado.
Os resultados de fevereiro mostram "uma queda bastante espetacular" do ritmo das exportações, afirmou Alistair Thornton, analista da IHS Global Insight, lembrando que o faturamento externo da China cresceu 37,7% em janeiro de 2011, em relação a janeiro de 2010.
Os resultados também refletem o impacto da forte alta dos preços das matérias-primas, das quais os chineses são grandes consumidores em função de seu crescimento industrial. "A China importou em janeiro e fevereiro 23% mais minério de ferro que no mesmo bimestre do ano passado, e o valor deste mineral subiu 63%" desde então, destacou Thornton.
A importação de petróleo também registrou em fevereiro um aumento de 7,8%, em um contexto de alta dos preços do barril de cru e de questionamento dos estoques em consequência dos distúrbios políticos no Oriente Médio e norte da África.
A Bolsa de Xangai reagiu negativamente ao anúncio do primeiro déficit em onze meses, encerrando em queda de 1,50%. O déficit "não é uma grande surpresa" e será "temporário", uma vez que a tendência chinesa é sempre importar mais no começo do ano, explicou à AFP a economista Wang Tao, do UBS.
O ministro do Comércio, Chen Deming, declarou recentemente que a China poderia registrar um déficit comercial este ano porque "várias incertezas no cenário internacional" poderiam conter a demanda de produtos chineses.
Fonte: Diário do Comércio e Indústria
11/03/2011
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