A Arábia Saudita enfrentou ontem os primeiros protestos depois que uma onda de manifestações contra governos tomou conta do norte da África e de países do Oriente Médio, afetando os preços do petróleo. Ao mesmo tempo, o governo da Líbia anunciava os preparativos para uma "ação total" contra os manifestantes, que ocupam várias cidades importantes do país.
Os preços do petróleo bruto nos EUA fecharam em queda ontem, mas US$ 2 acima das mínimas da sessão, com as notícias sobre protestos na Arábia Saudita. Mais cedo, os futuros foram pressionados pelo dólar forte, pelo inesperado déficit comercial da China e no aumento nos pedidos de auxílio desemprego nos Estados Unidos, segundo corretores.
O contrato abril na New York Mercantile Exchange fechou em queda de 1,61%, a US$ 102,70 o barril, após ter sido negociado entre US$ 100,62 e US$ 105,06. Os futuros do petróleo Brent também reduziram perdas após as notícias sobre os protestos sauditas, fechando com queda de US$ 0,51, a US$ 115,43 o barril, após ter sido negociado entre US$ 113,52 e US$ 116,55.
No início da tarde, a polícia saudita dispersou um protesto da minoria xiita na região petrolífera no leste do país, que é membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), disseram testemunhas. Uma delas afirmou que a polícia usou bombas de percussão para dispersar o grupo de cerca de 200 pessoas.
A Líbia está se preparando para uma ação militar em larga escala para reprimir a rebelião e não irá se entregar mesmo se as potências do Ocidente intervierem no conflito, disse ontem o filho mais saliente do líder líbio, Muammar Kadafi, Saifal-Islam. Também ontem a Arábia Saudita enfrentou os primeiros protestos da população contra o governo. "Chegou a hora da libertação. Chegou a hora da ação. Estamos nos mexendo agora", disse Saifal-Islam em entrevista. Ao ser questionado se o governo estava se preparando para ampliar sua campanha militar, ele disse: "O momento é agora. É o momento para agir... Demos a eles duas semanas (para negociações)." "Jamais desistiremos. Jamais iremos nos entregar. Esse é o nosso país. Lutamos aqui na Líbia. O povo líbio nunca irá abrir as portas para a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), jamais receberemos os americanos aqui. A Líbia não é um pedaço de bolo."
Tanques líbios abriram fogo nesta quinta-feira contra posições rebeldes nos arredores do Porto de Ras Lanuf, e aviões atacaram outro terminal petrolífero mais a leste, ampliando a contraofensiva realizada pelo regime de Muammar Kadafi contra as zonas insurgentes. No oeste, o Exército de Kadafi procurou sufocar os rebeldes que ainda controlam algumas áreas de Zawiyah, cidade que mudou de mãos várias vezes durante violentas batalhas nesta semana.
No campo político, no entanto, os rebeldes obtiveram uma vitória, com o reconhecimento pela França do Conselho Nacional Líbio estabelecido em Benghazi. A Otan e a União Europeia continuam avaliando a possibilidade de impor uma zona de exclusão aérea na Líbia, para impedir a aviação de atacar as posições rebeldes no leste e oeste do país.
Em Ras Lanuf, mais de 500 quilômetros a leste da capital Trípoli, as forças de Kadafi voltaram a lançar mísseis nos arredores de um prédio pertencente à refinaria Lybian Emirates Oil. Houve também uma série de ataques aéreos.
Fonte: Diário do Comércio e Indústria
11/03/2011
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