terça-feira, 15 de março de 2011

NORTE-AMERICANOS INVADEM MERCADO BRASILEIRO A PROCURA DE EMPREGOS

Em um momento em que a economia dos Estados Unidos ainda luta para voltar a crescer e que a taxa de desemprego é de quase 9% no país, mais cidadãos americanos têm enxergado oportunidades profissionais no Brasil. - Segundo o Ministério do Trabalho, 5.891 americanos obtiveram vistos de trabalho no Brasil entre janeiro e setembro de 2010 - número já superior ao total de 2009, quando 5.590 permissões foram concedidas a americanos. O número também representa um crescimento de 63% em comparação com os vistos profissionais dados a americanos em 2006. E os Estados Unidos seguem sendo o país que mais envia trabalhadores legalizados para o Brasil.

"As oportunidades estão acontecendo aqui no Brasil, especialmente para pessoas de outras culturas", opina a americana Marcela Lizarraga, que veio com o marido, o executivo José Lizarraga, para São Paulo, há um ano, para trabalhar no setor hoteleiro.

No Brasil, José acabou se transferindo para uma empresa fornecedora de tecnologia de aviação e deve ficar mais um ano e meio no País.

Dados da agência de recursos humanos Manpower citados em janeiro na revista Economist apontam que 64% dos empregadores brasileiros sentem dificuldades para preencher suas vagas em aberto. A revista acrescentou que, enquanto o Brasil coloca no mercado cerca de 35 mil engenheiros por ano, a China forma 400 mil desses profissionais anualmente.

A falta de trabalhadores puxa os salários para cima: executivos em São Paulo já estão ganhando mais do que seus pares em Nova York, Cingapura ou Hong Kong. "Os pacotes de remuneração das empresas brasileiras estão muito atraentes", confirma Olavo Chiaradia, da consultoria Hay Group.

Nesse contexto, o professor da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo (FGV-SP), André Portela, vê como positiva a vinda de mais estrangeiros para o Brasil. "Os benefícios são maiores que eventuais desvantagens. É uma chance de trazer mão de obra que vai difundir conhecimento a curto prazo. É mais barato trazê-los do que esperar a formação dos trabalhadores brasileiros (em setores com escassez)", diz. No entanto, o professor da FGV-SP adverte: "A longo prazo, enquanto ainda estamos crescendo, precisamos de investimentos em educação para atender nossa demanda por produtividade."

Fonte: Diário do Comércio e Indústria
15/03/2011

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