Autoridades do Banco Central Europeu (BCE) alertaram membros de outros bancos centrais na sexta-feira que os desequilíbrios econômicos mundiais podem piorar rapidamente se o G-20 não fizer esforço coletivo para combatê-los.
Axel Weber, que em breve deixará a presidência do banco central alemão, disse em reunião de autoridades monetárias dos Estados Unidos, da zona do euro e da Ásia que previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) indicam divergências renovadas entre posições de conta corrente, advertindo que a disparada do petróleo irá acelerar esse desequilíbrio.
Mario Draghi, membro do Conselho Executivo do BCE, acrescentou que as desigualdades mundiais continuarão sendo um problema por muito tempo. "O que nós precisamos é garantir que os mercados de capital funcionem para financiar esses desequilíbrios... porque nós sabemos que eles não são exatamente eficientes, então nós precisamos de regras, precisamos de um sistema financeiro resistente", disse Draghi.
Desequilíbrios entre nações desenvolvidas e emergentes são um dos maiores problemas dos formuladores de políticas, que lutam para reparar a economia global após a maior crise em décadas e reduzir o risco de choques futuros.
"Os superávits em conta corrente voltaram ou estão atualmente voltando aos níveis pré-crise e eu acho que isso será mais rápido pelo fato de que a alta recente nos preços de petróleo pode acelerar", disse Weber. Ele também disse que as moedas de muitos países emergentes estão subvalorizadas, e pediu que os EUA economizem mais para diminuir a dependência de capital estrangeiro.
Muitos países emergentes culpam os estímulos monetários do Federal Reserve pela entrada de capital especulativo que arrisca desestabilizar suas economias. A China foi representada na sexta-feira pelo vice-presidente do BC do país, Hu Xiaolian, que pode renovar essas críticas aos EUA. Abrindo a conferência em Paris, o presidente do BC francês e membro do BCE, Christian Noyer, observou que a acumulação de reservas internacionais por economias emergentes é parte da razão por trás da crise globalizada.
Na sexta-feira, o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, disse que o dólar forte e uma apreciação das divisas dos países emergentes, nomeadamente o iuane chinês, são favoráveis para a economia global. "O dólar mais sólido é do interesse dos Estados Unidos e da comunidade internacional", afirmou, numa conferência em Paris organizada pelo Banco de França.
Fonte: Diário do Comércio e Indústria
09/03/2011
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