quinta-feira, 11 de abril de 2013
Contêiner como nova alternativa para obras
Cada dia mais caro, o metro quadrado construído em Fortaleza e em mais duas outras capitais nordestinas (Recife e Salvador) já possui uma outra técnica construtiva como alternativa à alvenaria convencional usada no canteiros de obras. De olho nos cerca de 50 contêineres fora de uso que chegam à Bahia, Ceará e Pernambuco a cada mês, a Cels Ecotécnica quer aproveitá-los como cômodos - seja em residências ou em escritórios - e vai atuar como intermediadora para a venda deles entre os armadores e as construtoras.
Na prática, o diretor executivo da empresa, Isio Jacobovitz, afirma que o custo em usar um contêiner como cômodo ou um conjunto deles formando um edifício sai por 1/3 do gasto nos prédios e casas convencionais.
Ao todo, essa quantidade de contêineres (de 40 pés cada) deve gerar 300 TEUs (sigla para Unidade Equivalente de Transporte, em inglês) e ser comercializada, segundo estimativa Cels, por "algo em torno de US$ 900 mil". "Nós estamos explorando os mercados de canteiros onde o PAC (Programa de Aceleração de Crescimento) estiver mais presente. Nisso, consideramos Ceará e Pernambuco como os estados onde mais estão acontecendo obras estruturantes", afirmou o executivo e engenheiro.
O foco nos canteiros deve-se ao uso dos equipamentos originalmente construídos para comportar produtos nos navios como base de apoio das construtoras. Neles, fica abrigada toda estrutura necessária para os escritórios, assim como dos mestres de obras, pedreiros e serventes.
Uma das vantagens em usar os equipamentos de transporte em navios apontada pelo empresário é o baixo custo com a manutenção e a durabilidade garantida
Demanda reprimida
Dentro deste mercado no qual a Cels pretende atuar, Isio ainda aponta, para Fortaleza, um a demanda reprimida já conhecida de 20 a 30 contêineres, atualmente. "Isso só para canteiro de obra", observa, lembrando que é do interesse da empresa ter no equipamento a matéria prima para pavimentos residenciais e comerciais também.
Foco no Nordeste
"Inicialmente, nossa meta era a América Latina, mas não tivemos como abarcar esse mercado. Então, por questão de contatos resolvemos focar no Nordeste, onde fechamos contrato de comodato com um armador de contêineres", contou.
O único protótipo em uso, segundo revelou o diretor executivo, está no Recife, onde foi construída a sede da empresa. Fruto da parceria de Isio com investidores dos Estados Unidos, o negócio começou - e ainda permanece atuando - em soluções sustentáveis de energia.
Viabilidade
A estratégia da Cels aproveita ainda o aumento da demanda nos portos nordestinos, onde o fluxo de produtos permite o aumento de contêineres fora de uso para navegação em portos como os do Pecém e do Mucuripe. Com isso, os armadores procuram destinar os equipamentos com vida útil de transporte esgotada para outros fins.
"Às vezes, os contêineres terminam a vida útil deles em lugares remotos e fica difícil levá-los para uma indústria para reprocessá-los. Então, é mais viável vendê-los", argumenta Isio.
Mobilidade e durabilidade
Uma das principais vantagens apontadas pelo empresário para ter nos contêineres uma solução para a construção é a praticidade da mudança, pois "é só retirar a instalação, desmontar e montar em outro local". Isio argumenta que o tempo de uso deste equipamento como casa ou escritório é indefinido, mas com durabilidade garantida "de muitos anos". De acordo com ele, "a manutenção é muito barata. Basta uma mão de tinta própria para o metal e o custo maior é com o isolamento e instalações de telefone, energia e água e esgoto".
Economia
1/3 é a estimativa de redução dos custos ao usar os contêineres em substituição da alvenaria normalmente utilizadas nos canteiros pelas construtoras.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)
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