terça-feira, 9 de abril de 2013
Sem São Paulo, queda industrial teria sido maior
Em fevereiro a produção industrial paulista caiu 0,8% em relação ao mesmo mês de 2012, mas cresceu 2,2% entre os primeiros bimestres de 2012 e 2013, segundo a Pesquisa Industrial Mensal Regional do IBGE.
Dado o peso da indústria paulista na indústria brasileira, sem São Paulo o ritmo de queda do setor no País teria sido superior aos 2,5% registrados entre fevereiro de 2012 e fevereiro de 2013. O que dá uma boa ideia das dimensões do recuo do setor secundário.
É elevado o grau de volatilidade da produção industrial. Além disso, a queda da indústria, em fevereiro, foi generalizada. Na comparação com janeiro, ocorreu em 11 das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE. Quando a comparação é feita com fevereiro de 2012, a queda alcançou 10 regiões.
O Estado mais atingido foi Minas Gerais: o recuo, entre janeiro e fevereiro, foi de 11,1%, o maior desde dezembro de 2008 (16,4%), no auge da crise global. A queda de 9,8% em relação a fevereiro de 2012 foi determinada por veículos automotores (-19,3%), metalurgia básica (-13,6%) e indústrias extrativas (-14,3%).
Automóveis, zinco, chapas grossas de aço, minérios de ferro, químicos, minerais não metálicos e fumo registraram fortes quedas. Caiu muito a produção mineira de inseticidas, de cimentos e de cigarros.
Outros Estados em que a indústria sofreu quedas expressivas entre fevereiro de 2012 e fevereiro de 2013 foram o Espírito Santo (-13,4%) e o Pará (-7,2%), com a diferença de que eles têm menor peso na economia brasileira, influenciando menos o resultado geral.
A indústria tem sido o setor mais prejudicado pelas incertezas econômicas (houve queda em 2012 e o crescimento estimado para este ano já declinou para 2,5%, abaixo do projetado para a economia com um todo).
Isso ocorre justamente quando surgem os primeiros sinais de reativação de investimentos. Até a arrecadação tributária será afetada pelas oscilações da produção industrial, cujos sinais de reação contrastam com os subsídios concedidos a um grupo de grandes empresas.
Uma retomada é esperada para os próximos meses, mas há obstáculos: um é a dificuldade de concorrer com os importados, em hora de elevada capacidade ociosa no mundo; outra, os problemas no mercado de mão de obra, demandada com mais força pela área de serviços.
Embora na média os serviços remunerem menos do que a indústria, a diferença está caindo - ou seja, a indústria tem mais dificuldade de pagar os salários pedidos. O resultado é a perda de competitividade dos bens manufaturados.
Por: O Estado de São Paulo - SP
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