terça-feira, 14 de maio de 2013

FATORES DE RISCO ENTRE CAMINHONEIROS E CAMPANHAS DE PREVENÇÃO


Dentro de um mundo globalizado em que vivemos, a busca da flexibilidade da mão de obra impuseram mudanças nas relações de emprego e no mundo de trabalho. Nesse contexto, autores relatam a tendência internacionalmente observada na situação ocupacional dessa categoria em relação a situação de emprego.  

Dessa forma, as relações de emprego, que geralmente se estabelecem entre as diversas partes intervenientes nesse processo de trabalho são: empregador, empregado, empresa subcontratada e prestador de serviços.

Observa-se, contudo um mosaico de situações trabalhistas dentro dessa categoria de profissionais. No entanto, não se pode negar, seja qual for essa  categoria ocupacional, se trata sempre de um legitimo trabalhador, em seu cotidiano.

Assim todo o  caminhoneiro merece uma atenção direcionada, por fazer parte de uma população economicamente ativa na sociedade.

Nesse sentido, estudos sobre caminhoneiros, seja qual for sua relação de emprego, têm apontado jornadas de trabalho com carga horária excessiva, longos dias distantes de suas famílias ,bem como o abuso de substâncias psicoativas, principalmente as anfetaminas, além do tabaco e das bebidas alcoólicas.

Tais estudos evidenciam as precárias condições de saúde relacionadas ou não ao consumo das drogas, como obesidade, hipertensão arterial , Diabetes mellitus, estresse, fadiga e cansaço.

Diante desse contexto vale destacar as questões que envolvem álcool, drogas e direção e dentre as principais causas dependentes do fator humano ,destaca-se a imprudência na direção (70%) e sua associação com o uso de álcool.

A probabilidade de um indivíduo, sob efeito do álcool, ser vítima de acidente fatal é sete vezes maior do que a de uma pessoa sóbria. Sabe-se que essa situação é um problema principalmente para países em desenvolvimento, como o nosso  e quanto mais grave se apresenta  os acidentes de transito maior é o envolvimento com o álcool e outras drogas.

Os motoristas de caminhão,  por conta de todos esses  fatores de riscos já apontados, alem do fator segurança nas estradas,  fazem parte da assustadora estatística de acidentes de transito envolvendo álcool, drogas e direção  em nosso país.

Contudo, estudos demonstram que, geralmente o beber entre os caminhoneiros ocorre nos horários de descanso, como um elemento de socialização, e mesmo durante as refeições.

Dessa forma, o uso e abuso de bebidas alcoólicas entre motoristas constitui um grave problema de saúde publica, pois essa população apresenta níveis significativos de consumo, conforme já descrito em vários estudos, sendo apontada como um grupo de trabalhadores vulneráveis para diversos comportamentos que todos nos da área da saúde sabemos que podem ser preveníveis e previsíveis desde que identificados precocemente.

Portanto campanhas de prevenção e promoção da saúde para essa clientela são fundamentais e devem ser mantidas de forma continuada.  

Dra Angela Maria Mendes Abreu
Professora adjunta da UFRJ/ Departamento de Enfermagem de Saúde Publica da Escola de Enfermagem Anna Nery. Coordenadora da linha de pesquisa álcool e trânsito no Núcleo de Pesquisa de Enfermagem e Saúde coletiva e colaboradora do projeto Estrada Sustentável.  

Dr. José Mauro Braz de Lima, PhD
(Prof de Medicina da UFRJ. Coord. Acadêmico do Programa de Álcool e Drogas - UFRJ; Membro da Assoc, Francesa de Alcoologia; Presidente da Assoc. de Neurologia do Rio de Janeiro, colaborador do projeto Estrada Sustentável)


Fonte:  Comunicação Grupo CCR - Nova Dutra **


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