sexta-feira, 24 de maio de 2013
Projetos de infraestrutura somam US$ 200 milhões
Um continente a ser construído. Segundo levantamento da consultoria Roland Berger, a demanda por projetos de infraestrutura na África é estimada entre US$ 185 bilhões e US$ 200 bilhões, um mercado bastante atraente para empresas brasileiras. Para as grandes empreiteiras do Brasil, o continente africano é um velho conhecido. Nos anos 1980, ele foi uma das principais válvulas de escape para as empresas do setor, que buscavam driblar a paralisia da indústria de infraestrutura do país.
Uma dessas pioneiras é a Andrade Gutierrez, que mantém um portfólio de investimentos significativo no continente, com um estoque de projetos de cerca de US$ 3 bilhões, aproximadamente 10% do total da companhia. Segundo o presidente da Andrade Gutierrez. Otávio Azevedo, a projeção é de que a África deve representar 25% do total das atividades da companhia nos próximos três anos, mas ele acredita que será possível alcançar esse patamar antes disso.
Atualmente, a Andrade Gutierrez participa de projetos em Angola, Argélia, Camarões, Congo, Gabão, Guiné-Conacri, Guiné-Equatorial, Líbia, Namíbia, Nigéria e Moçambique, em setores como mineração, energia, montagem industrial, rodovias e urbanização, entre outros. Azevedo informa que a empresa está negociando a retomada de seus projetos de engenharia na Líbia, interrompidos desde o começo da guerra civil no país. Para ele, os países africanos avançam institucionalmente e têm sabido tirar proveito de seus recursos naturais como forma de dar garantias de funding aos projetos.
Outras construtoras possuem forte presença na região. Uma das primeiras a pisar em solo africano, a Odebrecht é hoje a maior empregadora do setor privado em Angola, com 20 mil funcionários no país, onde ergueu um império que se estende além da infraestrutura, incluindo operações de energia, diamantes, petróleo, agronegócio e até supermercados. Os principais projetos da companhia naquele país são o Águas de Luanda e o Águas de Benguela. Os investimentos somam entre US$ 500 milhões e US$ 600 milhões anuais. O Grupo Odebrecht também possui investimentos em Guiné, onde presta serviços para a mineradora Rio Tinto, e em Moçambique, onde trabalha na construção das instalações da mina de carvão de Moatize para a Vale e no projeto do Aeroporto de Nacala, um investimento de US$ 111 milhões.
Já a Camargo Correa começou sua investida no mercado africano em 2000. Atualmente, a África executa projetos no valor de US$ 500 milhões no continente, 15% do total da companhia. "Queremos dobrar essa participação em cinco anos", afirma André Clark, vice-presidente da Área Internacional da Camargo Corrêa.
Um dos principais projetos da construtora é a hidrelétrica de Mphanda Nkuwa, em Moçambique, com capacidade de 1,4 mil MW de geração, podendo chegar a 2,5 mil MW em uma segunda etapa. A empresa possui um terço do projeto de US$ 5 bilhões, realizado em parceria com o governo moçambicano e um sócio privado local, a Insitec.
Em Angola, a Camargo Corrêa atua na reconstrução da Estrada Nacional Lubango-Benguela, via de ligação entre duas das principais cidades do país, e na implantação de vias marginais em Luanda. A empresa aproveita a sinergia com a Cimpor, empresa portuguesa com operações na África e controlada pela holding InterCement, que reúne as operações de cimento do grupo brasileiro.
Fonte: Valor
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