Neste dia 12 de junho, faltando um ano para a Copa do Mundo, sendo Porto Alegre uma das sedes, a prefeitura e o governo do Estado começaram a jogar os 45 minutos finais do grande jogo.
Esperam-se 50 mil turistas estrangeiros no Rio Grande do Sul. Assim, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) investiu R$ 79 milhões em recursos do governo federal para aquisição de equipamentos do Centro de Comando Integrado e Controle (CCIC).
O recorrido que o prefeito José Fortunati fez pelas obras mostra o que interessa, a cirurgia urbana em vários pontos é um grande legado na mobilidade que restará após o torneio.
Copa do Mundo é, antes de tudo, um grande negócio e reverte para o país-sede e as cidades onde se realizam os jogos uma maciça divulgação mundial. Isso atrai turismo por anos.
Antes, teremos a prova de fogo, com a Copa das Confederações. Joseph Blatter, o todo-poderoso presidente da Fifa, disse que a “Copa no Brasil será a maior de todas, um sucesso no país do futebol”.
São 22 cidades gaúchas que buscaram inclusão no caderno da Fifa e 11 que estão inscritas, o que nos coloca como o segundo Estado com maior número de centros de treinamento credenciados.
Elas já estão criando estruturas, não só para a Copa 2014, mas obras permanentes, como o novo complexo esportivo em Gramado e um hotel em Lajeado. Com o Pronatec Copa, da União, a Secretaria de Turismo realizará cursos gratuitos em 16 cidades, voltados para idiomas e capacitação em serviços.
Em 2014, o Estado terá 112 mil leitos na rede hoteleira - sendo cinco mil só na Região Metropolitana de Porto Alegre, e 35 novos empreendimentos estão em projeção. O Beira-Rio receberá cinco partidas da Copa 2014, entre os dias 15 e 30 de junho de 2014.
A economia brasileira cresceu com vigor, entre 2004 e 2010. Desde então, vem desacelerando. Por isso, a Copa do Mundo vem em boa hora. O Brasil se beneficiará do que os especialistas chamam de efeito marca.
Entre 2011 e 2014, haverá impacto de mais 1,5% no PIB nacional, com novos 250 mil postos de trabalho. Quando anunciado, muitos torceram o nariz para o evento, pois lembraram a quase tradição brasileira de desvios de verbas, com superfaturamento nas compras e serviços.
No entanto, aos poucos e conforme as obras surgem nas cidades que serão sede da Copa das Confederações e com o jogo Brasil e França em Porto Alegre, notou-se uma mudança, e a percepção começa a ser simpática à ideia de o Brasil sediar a Copa do Mundo.
Há críticas à Federação Internacional de Futebol Associativo (Fifa), que impõe exigências, leva o lucro e pouco liga para o país anfitrião. Não é bem assim, porque o legado que fica na infraestrutura, na logística e até na política locais é grande.
A principal contrariedade, a de que o Brasil tem outras prioridades em saúde, educação e segurança, é válida, mas não excludente. Estas prioridades devem ser mantidas e continuarão na pauta dos serviços públicos, sem que a Copa do Mundo tire o foco do que é fundamental.
Enfim, se, em 1970, tivemos “90 milhões em ação, todos juntos pra Frente Brasil” criticado por ser tempo do regime militar, quem sabe, a união em torno de um objetivo maior faça a diferença em nosso favor. O Brasil tem capacidade para realizar um belo torneio.
É tudo o que se deseja.
Fonte: Jornal do Comércio - RS - Editorial
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