terça-feira, 11 de junho de 2013

São Paulo tem ‘maratona’ de protestos nesta terça-feira

Além de nova passeata contra aumento da passagem de ônibus, avenida Paulista será palco de manifestação de policiais militares junto com servidores públicos da saúde e educação

A avenida Paulista terá nesta terça-feira (11), quase que simultaneamente, duas manifestações quase que podem agravar o trânsito e dificultar a volta do paulistano para a casa. Desta vez, a principal via de São Paulo servirá de palco para reinvindicações de grupos normalmente opostos. Isso porque policiais militares devem participar de um ato , às 15h, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (MASP), contra as políticas salarias do governo do Estado. Pouco tempo depois, por volta das 17h, o Movimento Passe Livre (MPL) faz no mesmo local a terceira passeata contra o aumento da passagem de ônibus.

Após conseguirem bloquear o trânsito na pista local da Marginal Pinheiros, manifestantes foram atacados com tiros de bala de borracha
Coincidentemente, na semana passada, ambos os grupos entraram em confronto duas vezes depois que o MPL deu início à série de protestos contra o novo valor da tarifa, que desde o dia 2 de junho passou de R$ 3 para R$ 3,20. Para evitar novos atritos, os organizadores dos dois grupos descartam unir forças. “É bem difícil (unir os grupos). São protestos bem diferentes, reinvindicações muito diferentes”, explica um dos organizadores do Passe Livre Marcelo Hotimsky.

Já o ato que terá participação dos PMs é organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), pois irá contar também com servidores públicos estaduais. O objetivo é protestar contra a política das áreas de saúde, educação e segurança do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Ainda assim, a organização da marcha dos servidores promete tomar precauções para impedir desentendimentos. Do Masp, os funcionários públicos e policiais militares vão direto para a Assembleia Legislativa de São Paulo, no Ibirapuera, evitando um encontro entre as duas manifestações.

- CUT prepara protesto de servidores da saúde, educação e policiais

- PM vive dia de caça e participa de protesto na Paulista

O MPL, por outro lado, não divulga a rota da passeata. “Não sabemos (o trajeto). Vai depender também (do protesto dos PMs)”, diz Hotimsky sobre a intenção de não misturar os grupos. O movimento adianta, no entanto, que pretende caminhar por um “bom pedaço” da Paulista, apesar do último protesto no local ter terminado em confronto com a Tropa de Choque.

Grupo de manifestantes voltou a protestar no início da noite desta sexta-feira contra o aumento da passagem de ônibus em São


Primeira manifestação

Cerca de 2 mil pessoas participaram de cada um dos dois protestos do MPL contra o preço da passagem de ônibus em São Paulo. No primeiro, na última quinta (6) estudantes, trabalhadores e representantes de partidos políticos, caminharam do Vale do Anhangabaú, no centro da cidade, às avenidas 23 de Maio e 9 de Julho, antes de chegar à avenida Paulista.

Na ocasião, a Tropa de Choque dispersou os manifestantes, em sua maioria jovens na faixa dos 20 anos, com bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral, dispersando os participantes do protesto em direção à avenida da Consolação. Os manifestantes jogaram cestas de lixo e fizeram barricadas no meio da Paulista.

Para fugir da repressão policial, parte dos manifestantes se escondeu no Shopping Pátio Paulista, no início da avenida. Ao entrar no local, os manifestantes quebraram o para-brisa de um carro que estava exposto no shopping e o letreiro de uma loja. A PM cercou o centro comercial e chegou a atirar gás na porta do estabelecimento.

Segundo ato

Panfleto de convocação de protesto contra o aumento da tarifa de ônibus é colado em lixeira na Avenida Ipiranga, no centro
Na segunda manifestação, na sexta (7), o grupo caminhou do Largo da Batata até a avenida Faria Lima, passou pela Eusébio Matoso, em frente ao shopping Eldorado, e entrou na Marginal Pinheiros, em direção à Cidade Universitária, pela faixa local, o que impossibilitou o trânsito dos carros.

Por causa disso, policiais fizeram disparos de bala de borracha com o objetivo de dispersar a multidão. Isso fez com que o grupo entrasse pela avenida Professor Frederico Herman Júnior e ocupasse ambos os lados da via. Os manifestantes foram cercados e a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo. Parte do grupo correu enquanto outros manifestantes entraram em novo confronto com os PMs. Depois disso, o grupo seguiu para o Largo da Batata, onde pretendia encerrar a passeata.

Em clima de festa por terem resistido aos tiros de borracha e às bombas de efeito moral – que dispersaram a metade dos jovens –, alguns convenceram outros a aproveitarem o entusiasmo e marcharam mais uma vez até a avenida Paulista.

Fonte: iG São Paulo


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